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Guia da “chuca”: saiba como se preparar para o prazer anal

Especialista explica como deve ser feita a higienização do ânus antes do sexo e esclarece as principais dúvidas relacionadas ao tema

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1 de 1 bence-balla-schottner-VCKYuQ6R-28-unsplash - Foto: Unplash

Você pode até não saber o que é, mas certamente já ouviu falar. Quando o assunto é sexo anal, é quase impossível não mencionar o ritual que antecede a prática – pelo menos para muitos adeptos desse prazer.

A “chuca”, como é popularmente conhecida a higienização da região anal antes do sexo, é uma alternativa para evitar alguns constrangimentos na hora H. No entanto, muita gente ainda tem dúvida sobre a eficiência, os riscos e a melhor forma de executá-la – para curtir o sexo sem medo de ser feliz.

No livro O Prazer Oculto, o urologista e sexólogo Celso Marzano explica que a “chuca” (enema ou clister) é a “introdução de água ou qualquer outro líquido no intestino por meio do reto. Pode ser feita em decorrência de um procedimento médico ou para assepsiar o ânus para o estímulo sexual”.

Os métodos mais utilizados são a mangueirinha do chuveiro e duchas íntimas vendidas em sex shops. Nos dois casos, o procedimento deve ser cuidadoso: a introdução de qualquer material na cavidade pode causar fissuras e o local é propenso à proliferação de bactérias e vírus.

Portanto, vale conferir as dicas do especialista:

 

  • Comece pela lubrificação e dê preferência aos produtos à base de água. Evite lubrificantes com óleo e silicone na composição.
  • Em uma posição confortável e que proporcione certa sensação de controle, introduza um dedo e, se for possível, dois. O médico sugere ficar de cócoras ou sentado no sanitário.
  • Depois de facilitar a abertura anal com os dedos, é hora de colocar a parte final da mangueirinha, com o chuveiro já ligado. É importante que a água não esteja quente.
  • Em seguida, retire a mangueirinha e fique sentado por alguns instantes. O enchimento do canal do reto com a água estimula a saída de fezes.
  • Por último, repita a operação até que a água saia o mais transparente possível. E muito, muito importante: tenha certeza de que deixou toda a água sair. Esse check é fundamental para evitar acidentes.

Já as duchas higiênicas vendidas nos sex shops vêm com bula e o ideal é seguir as recomendações do fabricante.

Dúvidas

Com tanta “formalidade” para se chegar às vias de fato, há quem se pergunte: fazer a “chuca” é mesmo obrigatório? A resposta é não. “A limpeza não precisa, necessariamente, ser interna. Se for possível ir ao banheiro antes e fazer a higienização habitual, com água e sabonete, a possibilidade de acontecer um imprevisto é mínima”, pondera o especialista.

Há casos, porém, em que a “chuca” funciona como medida de segurança. “Devido à dieta errada, estresse, constipação, diarreia ou outros problemas gastrointestinais, pode haver mais fezes ou resíduos fecais no reto. Nesses casos e, preferencialmente sob orientação médica, pode-se optar pelo uso de uma limpeza mecânica do canal do reto, como no caso do uso de enemas ou lavagens intestinais antes do sexo anal”, destaca.

O que não fazer (de jeito nenhum)

Na tentativa de tornar o método mais eficaz, alguns praticantes apelam para medicamentos com efeito laxativo – o que não é recomendado e que pode ter resultado contrário àquele almejado. “Não é possível determinar quando o medicamento fará efeito. E se for justamente na hora da transa?”, questiona Marzano. Além do mais, o médico reforça que nenhum medicamento deve ser utilizado com frequência, “sem expressa orientação médica”.

É 100% seguro?

Antes de seguir para o finalmente, é importante ter em mente que mesmo seguindo todos os passos (ou não), sempre pode acontecer um imprevisto. Por isso, o diálogo e a intimidade são essenciais entre homens e mulheres que desejam explorar o potencial do estímulo anal. “Se acontecer, relaxe e encare o fato com naturalidade, como de fato é”, salienta.

Não termina por aí

O ritual de cuidados pós-sexo é tão importante quanto ao método “chuca”. Depois do sexo, é fundamental lavar o ânus com água e sabonete para evitar inflamações e complicações locais. “O atrito por si pode provocar pequenos ferimentos microscópicos que são portas de entrada para bactérias e vírus. Geralmente, não são lesões visíveis, mas existem mesmo se for usada muita lubrificação”, ressalta.

Por isso, homens e mulheres que praticam sexo anal devem ter atenção redobrada e, sempre que possível, limpar a região com água após ir ao banheiro.

Partiu?

Rito de passagem concluído com sucesso, é hora de partir para o abraço. Lembrando, claro, que o uso de preservativo durante o sexo anal evita doenças sexualmente transmissíveis e o contágio de bactérias. Enjoy! 

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