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Ghosting, caking e mais: desvendando o dicionário da “paquera” virtual

Nas “paqueras” moldadas pelas redes sociais, os comportamentos são os mesmos, mas os nomes ganham outro roupagem. Confira!

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casal interacial mexendo no celular em um lugar cheio
1 de 1 casal interacial mexendo no celular em um lugar cheio - Foto: Gatty Images

Caso você não tenha notado, mas “paquerar”, namorar, ficar ou conversar hoje em dia são práticas complicadas que requerem, quase que, um protocolo. Apesar do processo de se relacionar ser dissecado e analisado por todos, desde terapeutas de relacionamento até o grupo de bate-papo do brunch de domingo, ele continua sendo um mistério para a maioria.

Adicione alguns termos super confusos e super novos, e você vai se encontrar em algumas situações específicas que somente o jargão das redes sociais pode desvendar.

A neuropsicóloga Leninha Wagner aponta que, na era dos relacionamentos modernos, nomear comportamentos específicos como ghosting ou love bombing serve a um propósito psicológico importante: criar um vocabulário comum para experiências complexas e, muitas vezes, dolorosas.

“Esses termos funcionam como uma espécie de mapa emocional, permitindo que as pessoas compartilhem suas histórias e validem seus sentimentos com mais facilidade”, esclarece. A especialista acrescenta que, na psicologia, a linguagem é uma ferramenta poderosa para a compreensão e a expressão de emoções.

Embora as redes sociais ofereçam benefícios notáveis, é crucial utilizá-las com consciência

“Quando damos nome a algo, tornamo-nos capazes de reconhecê-lo, analisá-lo e, eventualmente, lidar com ele de maneira mais eficaz. Além disso, criar novos termos para dinâmicas de relacionamento emergentes também reflete a necessidade de adaptar-se às rápidas mudanças sociais e tecnológicas”, avalia Leninha.

Desvendando os novos termos

Para te ajudar a lidar com as novas terminologias, a coluna Pouca Vergonha elaborou um glossário com os principais termos usados hoje em dia. Confira!

ROACHING

Um ato, infelizmente, comum no mundo dos aplicativos de namoro, roaching é o que acontece quando a pessoa que você vê regularmente (geralmente por alguns meses) está escondendo o fato de que está saindo com outras pessoas.

O nome roaching, aparentemente, vem da teoria de que sempre que você vê uma barata – cockroach, em inglês -, há várias outras que você não está vendo.

LOVE BOMBING

Imagine isso: você está, realmente, se dando bem com a pessoa com quem começou a se relacionar. A química é boa, a conversa flui e vocês estão fazendo até planos. Ela inicia conversas sobre viagens, compra presentes, elogia, liga só para dizer oi, e continua assim por algumas semanas ou meses. E então… nada. Você, querida(o) amiga(o), acabou de ser “bombardeada(o) de amor”.

Embora possa soar um pouco como ghosting, o foco aqui está na intensidade de suas afeições.

SOFT GHOSTING

Diferentemente do ghosting tradicional, que envolve uma pessoa desaparecendo sem deixar rastros, o soft ghosting é o ato “irritante” de simplesmente “curtir” sua mensagem em vez de, realmente, respondê-la.

BENCHING

Referindo-se a um “banco de reservas”, benching é quando você coloca um relacionamento potencial no gelo em favor de um mais promissor. Se você tem duas pessoas no seu radar, e uma está lhe dando melhores vibrações, você pode “bench” a outra — aliviando o pedal e falando menos — e então voltar para ela se a outra opção falhar.

CAKING

“Flertar” é tão 2015. Caking é uma leve variação do flertar, na qual você é mais doce e mais receptivo do que o normal para a pessoa com quem está tentando se conectar.

CLOAKING

Considere cloaking o novo ghosting — só que mais cruel. Se a capa da invisibilidade de Harry Potter veio à mente, você não está muito longe. Enquanto ser ghosting envolvia seu potencial interesse amoroso simplesmente ficar em silêncio, ser cloaking significa que ele não apenas desapareceu — ele simplesmente o bloqueou.

DATERVIEW

Sabe aqueles encontros ruins que parecem mais entrevistas de emprego do que flertes naturais? Sim, isso é um daterview. É como se você passasse a refeição inteira sendo bombardeado com perguntas sérias — “Quando foi seu último relacionamento?” ou “Você quer ter filhos?”

NEXT ON DECK

É como esperar nos bastidores, ter alguém “na fila” significa que essa pessoa é uma opção atraente para quem você vai ligar se o seu negócio atual não der certo.

ORBITING

Já teve um relacionamento fracassado e depois continuou percebendo que a pessoa assiste constantemente seus stories ou outras redes? “Orbitar” é um truque que algumas pessoas usam para deixar um antigo caso sabendo que ainda estão interessadas.

As redes sociais, com suas infinitas possibilidades de conexão, têm um impacto ambivalente nos relacionamentos

POCKETING

Se você está saindo com alguém há algum tempo, mas essa pessoa não te apresenta aos amigos ou familiares, é possível que você esteja sendo “embolsado”. Isso significa que eles estão mantendo você em segredo — ‘no bolso deles’ — até que decidam o que sentem por você.

SLOW FADE

As coisas com seu parceiro estão diminuindo a um ritmo quase lento? Os textos, ligações, encontros e DMs se tornaram muito menos frequentes? Isso é o que as crianças chamam de slow fading. Pulando a bagunça de terminar com alguém, slow fading é a versão prolongada do ghosting.

Mas, afinal de contas, as novas mídias atrapalham os relacionamentos?

Segundo Leninha, as redes sociais, com suas infinitas possibilidades de conexão, têm um impacto ambivalente nos relacionamentos. Por um lado, elas facilitam a comunicação e a manutenção de laços a longas distâncias, promovendo um senso de proximidade e suporte. Contudo, do ponto de vista da psicologia clínica, há aspectos que podem atrapalhar a qualidade dos relacionamentos.

Além disso, a facilidade de comunicação pode promover interações superficiais, desvalorizando a intimidade que se desenvolve por meio de um engajamento mais profundo e significativo.

“Embora as redes sociais ofereçam benefícios notáveis, é crucial utilizá-las com consciência para evitar seus possíveis efeitos adversos na qualidade das relações. Pois nas redes sociais as relações estão pautadas em “imagens”. Quando o corpo é retirado da relação, há sempre uma perda e um nível de empobrecimento e adoecimento relacional”, expõe a especialista.

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