“Foi bom para você?”: sete erros para não cometer após o sexo
Muita gente se preocupa com o desempenho sexual, mas esquece da “etiqueta” após a transa. Veja dicas de uma terapeuta sexual e evite gafes
atualizado
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A química foi perfeita. Entre preliminares e penetração, a transa fez o rosto corar e a pele ganhar novo viço. A respiração de ambos(as) está ofegante e o desejo é repetir a dose. Missão cumprida? Nem tanto. Muitas pessoas ficam tensas e querem agradar o(a) parceiro(a) debaixo dos lençóis, mas pisam na bola no comportamento após a transa. Seja apelando ao clássico “foi bom para você?”, seja com medo de cair na famosa soneca pós-relação, ainda há quem tenha dúvidas de como agir logo após consumar o ato.
Segundo a terapeuta sexual Sabrina Munno, é comum que casais não saibam o que fazer depois do rala e rola.
“Na sexualidade não existem regras. Muitas mulheres ficam loucas de raiva porque o parceiro deita e dorme, mas isso pode ser um indicativo de que foi muito bom. Tudo tem um contexto. Se você está em um relacionamento bacana, significa que foi gostoso. Agora, se não se comunica e está há um mês sem transar, e dorme logo depois, a soneca tem outra motivação”, afirma.
Mais que a fricção de órgãos genitais e mil carícias, fazer sexo envolve questões culturais. Para a cama, levamos histórias, medos, traumas e tabus. Eles aparecem não somente nas posições escolhidas, mas também em como “nos despedimos” do companheiro depois do prazer.
Para que você não peça apenas “para o tempo correr”, assim como a famosa música do grupo Só Pra Contrariar, o Metrópoles elenca sete dicas da especialista para usar quando o coito chegar ao fim.
Crush do Tinder
No caso do sexo casual, deixe tudo acertado antes do primeiro encontro, caso tenha chances de acabar na cama. “Fale, por exemplo, que precisará acordar cedo, e deixe o jogo combinado. Na hora que rolar, tudo fica mais claro, não fica aquele mal-estar. Isso, óbvio, mesmo que seja desculpa, não gera saia justa”, ensina Sabrina. “Se a transa for legal e rolar a química, diga que tinha um compromisso, mas que irá desmarcar para ficar com o crush”, complementa, para que você não saia como mentiroso.
“E aí, foi bom para você?”
Evite a qualquer custo. “Na transa já dá para perceber se foi bom ou não, há outras maneiras de saber. Ficar junto, fazer carinho… A parceira ou o parceiro vai corresponder. Essa frase é muito clichê e é um script. É melhor deixar rolar e agir de maneira mais natural”, pondera Munno.
DR: fazer ou não?
Se em momentos normais discussões de relacionamentos não são bem-vindas, imagine depois do vuco-vuco. “Depois de ter um orgasmo, os dois estarão cansados pelo que aconteceu, pelo disparo de tantos fatores no corpo. Esse relaxamento é gostoso, é bom para ficar quietinho. A expectativa que se coloca no momento é a decepção futura. O seu parceiro pode virar e querer dormir”, diz a terapeuta.
Depressão pós-sexo
Sexo está intrinsecamente ligado a prazer e bem-estar. Se isso não acontece, existe algum problema. Essa tristeza depois de transar pode ser disforia, a chamada “depressão pós-sexo”. Ter a sensação de infelicidade é um sinal amarelo. “Pode ser um produto de uma educação sexual muito ofensiva, traumas, e até fatores culturais. É algo que deve ser cuidado”, salienta.
Mais um, mais um!
Desejo, excitação, ápice, resolução. O rala e rola envolve essas etapas e, após concluídas, o corpo precisa de um tempo. Pedir para transar novamente logo depois de terminar o ato é falta de empatia. “O homem precisa ter descanso. Cada um tem seu tempo para esse período de resolução, mas ele é fundamental. Depende também da idade, um importante fator”, considera.
Comer e fumar, é só começar
Segundo Munno, não há nenhum estudo que aponte, fisiologicamente, a necessidade de comer ou fumar depois do prazer, hábitos comuns em muitos lares. “Acontece que muitas pessoas associam cigarro ao relaxamento, no entanto, vale ressaltar que não é nada saudável. Sobre a fome, é natural, pois houve um esforço físico”, pondera a terapeuta.
Tomar banho ou não, eis a questão….
É algo individual. Não cobre. “O importante é fazer a higiene da área íntima. Já tive pacientes que não faziam sexo sem tomar banho, porque achavam que estavam com bactérias e micróbios. A mesma coisa para o pós-coito. Temos que saber dosar. Porque, depois, vira como se fosse um TOC”, aconselha.
“Independente disso, sempre e absolutamente tem que ser feito com camisinha. É uma exigência”, encerra.