Flagrou o(a) filho(a) se masturbando? Sexóloga ensina o que fazer
Especialista ensina como levar o assunto ao filho em cada uma das fases da vida em que o flagra pode acontecer
atualizado
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Pessoas que têm filhos costumam ter uma preocupação em comum: falar sobre sexo e sexualidade com eles. Contudo, não há como escapar do tópico e, muitas vezes, pode acontecer uma situação que torna impossível não tocar no assunto: flagrar o(a) filho(a) se masturbando.
Apesar de parecer estranho e constrangedor, é mais comum do que se imagina. Principalmente porque as descobertas humanas sobre sexualidade começam por volta dos 3 anos de idade, quando a criança ainda nem sabe que aquilo se trata de algo sexual, mas passa a descobrir a sensibilidade de seu corpo e os órgãos genitais.
“Ainda pequenos eles podem iniciar essa descoberta sem mesmo saber, podem se tocar e sentir prazer; porém, não é erótico. É a resposta de sensibilidade do próprio corpo. Alguns pais tendem a não saber como se comportar com esses eventos”, elucida a sexóloga Camila Gentile.
Diante da costumeira falta de conhecimento sobre como lidar com esse tipo de situação, a psicóloga deixa o alerta para os pais e mães: reprimir é a pior reação possível. A melhor saída é não julgar e evitar usar palavras como “proibido”, “sujo”, “errado” ou “feio”. Acredite: isso tende a moldar adultos frustrados.
“A melhor forma é lidar com naturalidade, afinal, o sexo está mais ligado à saúde do que a outro ponto. Uma saída é tirar o foco da criança daquele momento de estímulo para outra atividade, dizendo que tocar nas áreas íntimas é prazeroso, mas que o momento correto é quando estamos sozinhos e em um ambiente adequado”, indica.
Como ter “a conversa”?
Sobre levar o assunto posteriormente para o(a) filho(a), a forma ideal de fazer isso vai depender também da fase em que a criança ou adolescente está.
Quer saber como conversar sobre sexo e masturbação? A especialista dá dicas de como fazer isso em cada idade.
Crianças: numa fase maior, após os 5 anos de idade, vale a orientação de que não se permita ser tocado daquela forma por outras pessoas. Não entrem em pânico, isso vai se repetir. O papel dos pais é o de instruir e proteger. Crianças menores logo vão se distrair e deixar o estímulo de lado e se interessar por voltar a brincar em outra atividade e cada fase requer um cuidado especial.
Adolescentes (puberdade): os adolescentes têm muito acesso a informações na internet. Aqui, vale a conversa franca, como dizer que é comum que o corpo tenha respostas de estímulos, até mesmo quando vai dormir. A masturbação é algo natural em qualquer idade. Não é um ato proibido, oriente que não pode ser feito jamais em público porque é inadequado.
Uma dica boa é falar sobre higiene para entrar nesse assunto, como salientar sobre os cuidados com a higiene diária e aproveitar para falar que no banho pode acontecer eventos de excitação, que são comuns.
Para as meninas, pode-se iniciar o assunto falando sobre a questão dos hormônios, que deixam a região íntima mais sensível e que é comum ter vontade de se tocar.
Mais próximo da vida adulta: nessa fase, o próprio indivíduo entende totalmente as suas sensibilidades, mas vale atenção especial para a frequência da masturbação. Não se pode transformar em vício. Muitos homens que dão importância extrema à masturbação, e isso não pode se transformar em algo que interfira nos estudos, no dia a dia ou no relacionamento, pois se torna um distúrbio.