Entenda por que mulheres ainda sentem vergonha de comprar sex toys
Mesmo com toda informação e avanço do sexual wellness, muitas mulheres ainda ficam constrangidas e não dão prioridade à sua sexualidade
atualizado
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A liberdade sexual das mulheres e o consumo de informações sobre seu prazer têm sido cada vez maior. Contudo, ainda nos dias de hoje, muitas delas se sentem constrangidas em relação a sua sexualidade.
Um exemplo prático disso é que, mesmo com todo o incentivo ao consumo desses produtos, algumas mulheres ainda sentem vergonha de comprar sex toys. Isso acaba acontecendo mesmo com a promessa de discrição dos sex shops, e atrapalha a jornada de autoconhecimento feminino.
De acordo com a terapeuta sexual Tâmara Dias, o fato se deve à educação sexual dada às mulheres, que geralmente é repressora e com base em muitos tabus. “Muitas ainda têm a crença de que não devem demonstrar muito interesse por sexo para não serem julgadas negativamente”, explica.
Mesmo com o avanço do movimento de bem-estar sexual, muitos rótulos ainda são relacionados ao uso de vibradores e outros brinquedos sexuais. Os mais comuns deles são os de que a mulher em questão é “baixa”, ou mesmo solitária.
“Ainda estamos nesse processo de mudança de paradigmas. Boa parte da sociedade ainda não entendeu, mas todos irão sentir vontade de sentir prazer, sozinho(a) ou acompanhado(a), e está tudo bem usar sex toys para isso. Eles são auxiliares e não foram feitos para substituir nada, somente agregar”, garante.
Preteridos
Mesmo dentre as mulheres que já são adeptas dos sex toys, o que acontece é o preterimento destes artigos em suas listas de prioridade. Ou seja, ainda que gostem de usar, comprar brinquedos nunca é a prioridade ou o principal foco de investimento.
Para a psicóloga, mesmo que inconscientemente, isso acontece pela história de repressão e negação do prazer feminino. “As mulheres são ensinadas a serem boas moças, se preservarem, a não serem iguais aos homens. Assim, mesmo na fase adulta e sabendo que isso não é real, de forma inconsciente, isso irá definir as tomadas de decisões”, afirma.
A solução para se livrar destes estigmas e bloqueios, segundo Tâmara, é confrontar o que lhes foi ensinado sobre sexualidade na infância e adolescência. “Além de ter uma boa reeducação sexual, ela deve se questionar: eu realmente creio nisso de verdade?”, indica.
Para complementar, a especialista sugere também procurar comprovações científicas sobre tudo que aprendeu sobre ser mulher, afeto, sexo, relacionamento, orientação sexual e tudo mais que permeia esse universo.