Entenda o “tolyamor”, tipo de relação baseada em “tolerar a traição”
O “tolyamor” é resumido em um relacionamento que um ou ambos os parceiros toleram o contato sexual ou romântico externo do outro
atualizado
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Amizade colorida, monogamia e relação sugar são alguns dos tipos de relacionamentos mais conhecidos. No entanto, existem outros menos comentados, como o “tolyamor”, um termo cunhado pelo colunista e podcaster de sexo Dan Savage que combina as palavras “tolerar” e “poliamor”.
Segundo o norte-americano, o “tolyamor” refere-se a uma dinâmica de relacionamento em que um ou ambos os parceiros toleram o contato sexual ou romântico com pessoas de fora da relação. Ao contrário do poliamor, não é algo que o casal tenha discutido e concordado explicitamente.
“[É] alguém disposto a fechar os olhos para uma lap dance ou um breve caso após anos de casamento. Eles são capazes de se concentrar nas maneiras pelas quais seu cônjuge demonstra seu comprometimento e amor. E todas essas maneiras compensam ou tornam tolerável a trapaça”, disse em seu podcast Savage Lovecast.
A pesquisadora de relacionamentos e coach Marie Thouin resumiu o “tolyamor” como um estilo de relação em que o casal monogâmico faz vista grossa ao sexo que seu parceiro está fazendo – ou teve – com outra pessoa. O objetivo é preservar o relacionamento.
Embora não tenha dados sólidos sobre a prevalência de relacionamentos tolyamorosos, Thouin contou ao site HuffPost que eles são comuns. “Pense em casais como Hillary e Bill Clinton, em que a infidelidade foi exposta, mas eles permaneceram juntos como um casal monogâmico, em vez de se separarem ou se tornarem ‘plenamente poli’”.
Fatores que influenciam o tolyamor
Existem diversos motivos pelos quais as pessoas podem se encontrar em uma dinâmica “tolyamorosa” – mesmo que essa não seja sua estrutura de relacionamento preferida. Um deles é a cultura de achar que a monogamia ao longo da vida não funciona e o sexo extraconjugal provavelmente ocorrerá.
“Além disso, sociedades em que a igualdade de gênero é menos avançada tendem a ter padrões duplos no que diz respeito a estas expectativas: espera-se que as mulheres tolerem a infidelidade dos seus maridos, embora permaneçam monogâmicas”, acrescentou a coach.
O status socioeconômico também desempenha um papel importante no “tolyamor”. Se uma mulher for dependente do seu parceiro masculino, “ela terá maior probabilidade de ‘tolerar’ a infidelidade unilateral, porque a alternativa – sair e ficar solteira – é pior”, afirmou Thouin.
A existência do “tolyamor” mostra como muitas pessoas não estão dispostas a se comunicar abertamente e como o medo de se expressar parceiro faz parte da relação. Terminar um relacionamento costuma ser bastante complicado, por isso alguns casais praticam esse “novo formato”, em vez de se separar.