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Distúrbio dos orgasmos incontroláveis? Saiba mais sobre a rara condição

Disfunção causa uma hiperestimulação do nervo da região pélvica e consequentes orgasmos múltiplos. Mas isso nada tem a ver com prazer

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Siam Pukkato/ EyeEm/Getty Images
Orgasmos incontroláveis
1 de 1 Orgasmos incontroláveis - Foto: Siam Pukkato/ EyeEm/Getty Images

Ter vários e vários orgasmos, um seguido do outro, parece tentador, certo? Depende do contexto. Por incrível que possa parecer, há uma situação em que a experiência não é nada gostosa: o distúrbio de excitação genital.

Também conhecida como “orgasmos incontroláveis”, trata-se de uma condição rara, em que o nervo que traz a sensibilidade da região pélvica e do clitóris acaba sendo, por algum motivo, hiperestimulado.

De acordo com a uroginecologista e especialista em sexualidade feminina Lilian Fiorelli, da plataforma Sexo Sem Dúvida, não se sabe ao certo como o distúrbio acontece e suas causas variam de pessoa para pessoa.

“Pode acontecer por lesões na medula, no nervo pudendo – que traz sensibilidade para a região pélvica, por uma endometriose próxima à região desses nervos ou algumas outras doenças ginecológicas. Já vi um caso de uma mulher que passou a ter essa condição porque caiu e quebrou o cóccix bem no lugar em que passava esse nervo”, conta.

Com o nervo sendo estimulado constantemente, as pessoas têm orgasmos múltiplos. Mas, nesse caso, é o contrário de prazer, pois elas não precisam estar inseridas em um contexto erótico ou mesmo excitadas. “Apesar de ser a mesma via de estímulo, os pacientes nem chegam a mencionar ‘orgasmos’, se referem como dor”, explica.

Para exemplificar, Lilian compara com o toque descontextualizado do clitóris. Em um momento em que a mulher não estiver excitada, a estimulação repentina do órgão, que possui milhares de terminações nervosas e é muito sensível, vai causar desconforto, não prazer.

Tratamentos

Infelizmente, o distúrbio não tem um tratamento específico. e a especialista explica que, se for descoberta a causa do hiperestímulo, pode-se analisar a possibilidade de uma reconstrução, mas é difícil.

“Geralmente é tratado como uma dor pélvica crônica, com medicamentos e procedimentos para aliviar sintomas, e não necessariamente para tratar a causa. Acaba sendo um tratamento vitalício”, diz.

Além disso, a médica alerta para os distúrbios de ansiedade e depressão que geralmente acompanham esta condição, que podem e devem ser tratados isoladamente. Se você achava que não existia forma de um orgasmo ser ruim, é melhor repensar.

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