Dia do Sexo: fetiche por penetração grupal aumenta na pandemia
Terapeuta sexual explica que o isolamento está fazendo com que as pessoas busquem ousadia, o que justifica o maior desejo pelo “gangbang”
atualizado
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Ele chegou: neste domingo (9/6), é comemorado o Dia do Sexo. Mas com a pandemia e a necessidade de distanciamento social, muitas pessoas têm convivido há meses com o temido tesão acumulado e não vão poder comemorar a data do jeito que gostariam.
De acordo com um levantamento feito pela rede social adulta Sexlog com mais de 4 mil usuários, enquanto a quantidade de pessoas que faziam sexo mais de três vezes por semana era de 29,9%, durante a quarentena o número caiu para 16,6%.
Esta diminuição na frequência sexual pode ter causado algumas mudanças nos fetiches sexuais por aí. O ménage continua invicto, com 68,9% de pessoas querendo praticá-lo pós quarentena, mas o swing ultrapassou a suruba nos desejos dos quarenteners, com 38% dos usuários com vontade de experimentar.
Mas o que chama mais atenção na pesquisa – que foi feita de forma exclusiva em parceria com a coluna Pouca Vergonha – é o aumento considerável de interesse pelo gangbang. Dentre os mesmos usuários dos quais 7,1% já haviam praticado o fetiche antes da pandemia, 18,7% afirmaram querer praticar depois que a vacina sair.
Para quem não sabe, o gangbang é uma espécie de suruba em que, em um cenário com necessariamente mais de três pessoas, apenas uma delas é penetrada por todas as outras durante todo o ato.
Segundo a terapeuta sexual Tâmara Dias, esse aumento é justificável pelo período de confinamento, em que as pessoas ficam em abstinência e ressignificam antigos padrões.
“A pandemia faz as pessoas colocarem foco em outros aspectos da vida que antes não se permitia. A pessoa pensa: ‘tudo que não vivi por medo, vou fazer quando tudo isso acabar’. Nisso ela acaba usando a criatividade, ousando e até buscando extremos”, explica.
Riscos
Como se sabe, todo fetiche, desde que consensual de todas as partes, é saudável e muito bem-vindo. Contudo, a psicóloga faz um alerta para que as pessoas não deixem a sede de “tirar o atraso” deixá-las vulneráveis a situações de risco, não só de infecções sexualmente transmissíveis como de possíveis abusos.
“A pandemia mexe com o psicológico das pessoas, e a carência afetiva é um dos fatores que mais deixam as pessoas vulneráveis a abusos”, aponta. A dica é ir devagar e sempre procurar saber bem com quem se está mantendo uma relação. A regra é: são, seguro e consensual.