Dia da Mulher: conheça 3 empreendedoras que apostam no mercado erótico
Empresárias na faixa dos 20 anos, Mariana Cinnanti, Alexia Genelhu e Bruna Leal transformaram suas carreiras e se dedicam ao mercado erótico
atualizado
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Elas têm menos de 30 anos e decidiram mudar o rumo de suas carreiras, iniciando a vida de empreendedoras no mercado erótico. Uma publicitária, uma advogada e uma estudante de engenharia. Três jovens que sem se conhecer, compartilham o mesmo desejo: falar abertamente sobre sexualidade e fazer a diferença no que tange o prazer feminino.
Neste Dia Internacional da Mulher, a Pouca Vergonha celebra e homenageia todas as mulheres e apresenta a jornada destas três empresárias que atuam no ramo do bem estar sexual. Conheça a história de Mari, Alexia e Bruna:
Loca
Mariana Cinnanti tem apenas 22 anos de idade e cursa Engenharia Florestal. Em 2021, ela começou a tirar do papel a ideia que já a acompanhava há algum tempo: abrir uma loja de produtos voltados para o bem estar sexual.
Em agosto de 2021, ela viu o e-commerce da Loca tomando forma, e em dezembro veio a inauguração. “Sempre fui muito curiosa e o assunto sexo era frequente no meu grupo de amigas desde bem nova. Mesmo antes de transar, tínhamos curiosidade”, contou.
Apesar de poucos meses em funcionamento, Mari conta que já se sente realizada a cada vez que as mulheres a procuram como uma consultora sobre os produtos.
“Mulheres de 40, 50 e 60 anos entram em contato para saber qual o primeiro sex toy que elas devem adquirir. Ainda tímidas, porém abertas e curiosas para explorarem esse universo”, pontua.
Atualmente, a Loca vende itens voltados principalmente para o prazer feminino, e o diferencial da loja é que todos os produtos são veganos e não testados em animal.
A ideia é abraçar ainda mais o público LGBTQIA+: “Quero aprender mais sobre o assunto e incluir esse público, além de quebrar tabus”, revela.
Mari fala abertamente com as pessoas sobre ser dona de uma loja de produtos eróticos e até o momento não teve nenhuma experiência negativa. “A parte desafiadora tem sido a gestão. Em relação ao público, eu estou amando, principalmente a experiência de conversar com as pessoas sobre os produtos”, finaliza.
Ávida
A advogada Alexia Genelhu, 26 anos, decidiu estudar a sexualidade de forma profissional durante a pandemia. Em outubro de 2022, ao participar de uma feira sobre produtos eróticos, teve a certeza de que era isso que iria fazer. Em janeiro, ela abriu a Ávida.
“Meu plano é falar sobre sexualidade de uma maneira simples, direta e sem preconceitos. Independente da idade, gênero, classe social e orientação sexual. Isso tudo em conjunto com a oferta de produtos de qualidade que oferecem prazer e, ao mesmo tempo, cuidam da saúde íntima”, conta.
Como Mari Cinnanti, a sexualidade sempre foi um assunto que despertou o interesse de Alexia: “Além de ser um mercado que eu gosto, ele está em ascensão. Atualmente faço um curso de extensão em Sexualidade, Erotismo e Cultura. Meu objetivo é continuar estudando o tema e me especializar em Sexualidade”, planeja.
Entre os obstáculos de abrir o próprio negócio, Alexia elenca os tabus enfrentados como um dos mais desafiadores: “Para muitas é um choque ver alguém falando abertamente, de forma natural, sem vergonhas. Esse é um grande desafio. Outra questão é que falar sobre esse assunto no Instagram é complicado, pois a plataforma boicota o mercado/tema, além de não diferenciar quem faz um trabalho sério”, desabafa.
O público-alvo da Ávida são mulheres que desejam liberar o próprio poder. “Nosso lema é Liberte Seu Poder. Sabemos que o mercado foi por muito tempo projetado a partir de um prazer criado pelos homens, com objetos fálicos e nomes de produtos misóginos. Eu venho com o objetivo de ajudar a mudar essa perspectiva e trazer um mercado mais inclusivo para todas as mulheres, pessoas com vulva em geral e também para outros públicos que não se identificavam com o que era oferecido”, finaliza.
PPK Store
Bruna Leal, 28 anos, é publicitária e sonhava em empreender no mercado erótico desde antes da pandemia. Em fevereiro de 2022, ela abriu a PPK store, uma loja voltada exclusivamente para o público feminino.
“Como publicitária pensava muito na experiência da embalagem. Queria que as mulheres se sentissem à vontade. As sex shops, no geral, estão sempre em lugares mais escondidos, com embalagens camufladas, como se envolvesse algo errado”, conta.
O diferencial da marca, de acordo com a empresária, é ser uma loja de bem estar sexual em um ambiente acessível para a mulher e que ela se sinta à vontade para fazer suas compras. Além disso, a PPK é 100% voltada para atender a vagina:
“Eu queria que a mulher se sentisse no clube da Luluzinha do prazer”, afirma.
Entre os desafios de gerir uma loja de produtos eróticos, Bruna afirma que ainda existe um estigma em relação a esse mercado: “Meu sonho é que um dia as sex shops ocupem o mesmo espaço das lojas de maquiagem e seja tão normal comprar um sex toy quanto um batom”, finaliza.