Depois de um ano e meio, passo a ser ex-“menina Pouca Vergonha”
Com muita saudade e gratidão à Pouca, passo o bastão de escritora da coluna de sexo mais amada do (meu) mundo
atualizado
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Depois de tanto tempo escrevendo em terceira pessoa, venho dessa vez em primeira, e pela última vez como a “menina Pouca Vergonha”. Se eu fosse resumir minha experiência na coluna, que começou em outubro de 2019, eu escolheria uma das minhas palavras preferidas: intensa.
A Pouca Vergonha foi um presente em vários aspectos da minha vida. No âmbito profissional, como jornalista, foi desafiador escrever sobre assuntos ainda considerados tabus de forma leve e descontraída, mas ao mesmo tempo clara, didática e com a carga de embasamento e seriedade que o tema pede (o que espero ter conseguido).
Já no âmbito pessoal, como mulher e ser humano, talvez o impacto tenha sido ainda maior. A Pouca não mudou só a forma que eu olho para mim mesma, meu corpo e meu prazer, mas também o meu olhar para o outro.
Dentre pautas sobre os mais variados fetiches e preferências de repertórios sexuais, a capacidade jornalística de não julgar foi passando, aos poucos, da colunista para a Thamara. Afinal, “tudo é válido, desde que de forma segura, consensual e que não faça mal a ninguém” virou mantra – na escrita, na cama e na vida.
Tive a oportunidade de conhecer pessoas e histórias incríveis, que muitas vezes não recebem o “valor notícia” devido por conta do segmento sexual. Criei relações com profissionais da área – fisioterapeutas, urologistas, ginecologistas, empresários, artistas, terapeutas sexuais e tântricos – que não só viabilizaram meu trabalho, mas me ensinaram coisas que eu vou levar para a vida. Máximos admiração e respeito por eles.
Agradeço ao Metrópoles pela oportunidade e também por levar adiante um projeto tão importante e necessário. E um agradecimento especial à minha editora, Sarah Campo Dall’Orto, que comprou todas as minhas ideias doidas e é parte importante do meu crescimento profissional e pessoal.
Hoje, depois de participar de lives, premiações e pautas incríveis, a Pouca, apesar de não ser um espaço físico, tem sensação e aconchego de lar para mim. Buscando novos desafios, passo o bastão com um aperto de saudade no coração, mas também com a alegria de saber que outra pessoa – principalmente, outra mulher – vai ter a oportunidade de vivê-la assim como eu vivi.