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Dançar e gozar: conheça a festa de sexo que bomba em Brasília

Além de um evento semanal, o Clube dos Cuecas é um bar e sauna de sexo livre

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Foto: Getty Images
Romantic Gay Couple Sitting Against Brick Wall
1 de 1 Romantic Gay Couple Sitting Against Brick Wall - Foto: Foto: Getty Images

Já pensou em poder ir para uma festa em que, além de muita dança, xaveco e pegação, o sexo também rola solto? O que muitos acham fazer parte apenas de uma utopia, é mais realidade do que se imagina.

As festas de sexo livre são um estilo de evento que vem crescendo no mercado do entretenimento. É o caso do Clube dos Cuecas, de Brasília. O projeto, localizado na Thermas Solo, é um cruising bar voltado para o público gay – mistura balada, bar e sauna, tudo com muito sexo liberado.

Entretanto, ao contrário do que muita gente pensa, o Clube está longe de ser “sem regras”. Durante a programação, fica proibido todo e qualquer ato de prostituição ou aliciamento, e fica claro que, mesmo se tratando de um local de sexo livre, ninguém é obrigado a fazer nada que não queira.

Curioso(a)? A Pouca Vergonha bateu um papo com os idealizadores e organizadores do Clube dos Cuecas, Sérgio Nascimento e Evaldo Amorim. Confira:

Como surgiu a ideia do Clube dos Cuecas?
Rolou a partir da carência de alternativas e espaços para festas com possibilidade de diversão, pegação e sexo livre, seguro e consciente entre homens em Brasília. Além da demanda e do mercado propício.

Quando foi a primeira edição e quantas foram realizadas até agora?
Iniciamos em 2015, em Brasília. Começamos como uma festa mensal, aos domingos, na Thermas Soho, localizada no Setor Comercial Sul, Zona Central de Brasília. Hoje, somos, além de uma festa semanal, um cruising bar, funcionando todos os sábados e domingos como evento fixo da programação da Thermas Soho. O projeto cresceu e assumimos a administração da Thermas Soho a partir deste ano.

Como funciona a programação do Clube dos Cuecas?
Somos um combo de bar, balada e sauna. A sauna funciona junto com o bar e tem armários com chave. Cada cliente recebe uma chave, que funciona também como comanda no bar, ou seja, ele pede uma cerveja e é lançada na chave dele. Aqui, a gente disponibiliza, além do armário, toalha e chinelo. Tem sauna seca e a vapor, e o clube conta sempre com um DJ.

Estamos abertos todos os fins de semana: aos sábado, das 23h às 5h da manhã, e aos domingos (Domingueira do Clube dos Cuecas), das 15h às 22h. Os ingressos promocionais custam R$ 30, durante 30 minutos após o horário de abertura aos sábados e domingos, e o valor normal é de R$ 40. A nossa programação conta com festas temáticas, como a ORGY, Jockstrep e Todo mundo nu.

Existem planos de expansão para a festa, ou mesmo ideias de novidades para 2020? Como, por exemplo, abrir para outros públicos?
Há planos para um Clube de Swing (troca de casais) para casais héteros, às sextas-feiras, além de uma festa dedicada às mulheres lésbicas.

Durante as festas vocês tomam alguma medida preventiva em relação ao sexo seguro, como distribuição de preservativos e lubrificantes?
Além de empresários, fomos e somos militantes de direitos humanos nas áreas LGBT e prevenção às infecções sexualmente transmissíveis por mais de 10 anos, vem daí nosso respeito e cuidado com os clientes.

Durante a festa, são disponibilizados camisinhas e géis lubrificantes gratuitamente em pontos estratégicos. Além disso, os participantes têm acesso a materiais informativos sobre PEP (profilaxia pós-exposição) e PrEP (profilaxia pré-exposição).

As pessoas estão cada vez mais conscientes de seus prazeres e das liberdades individuais. Vocês acreditam que festas de sexo livre são uma tendência de mercado que deve crescer cada vez mais?
Sim. As pessoas, independentemente da orientação sexual, estão mais esclarecidas e conscientes de que a diversão pode sim ter sexo como uma possibilidade a mais e sem os sentimentos de compromissos e culpa com os quais as gerações anteriores moldavam a sociedade. Atualmente, elas buscam a diversão e o prazer sem envolvimento com sentimentos, que podem vir posteriormente ou não.

Como é a receptividade do público? As pessoas se sentem à vontade para ir?
No início, o público era mais resistente e tímido, e havia uma certa desconfiança em curtir a nossa proposta. Hoje, fica nítido que mudamos, e ainda estamos mudando, a cultura e comportamento em relação à resistência e ao receio de curtir com mais liberdade algo que nos faz tão bem: fazer sexo sem culpa.

Existe alguma norma de sigilo durante as festas?
O sigilo é o carro-chefe do Clube dos Cuecas. Celulares e câmeras são proibidos em locais de circulação, podendo ser usados apenas nos armários ou na recepção.

Vocês sofrem algum tipo de preconceito ou resistência no meio da produção de eventos por se tratarem de uma festa de sexo livre?
Sexo ainda é tabu, e ainda encontramos resistências para associar outras marcas. Por menor que seja, alguns empresários ainda sentem desconforto com o tema.

Vocês acreditam que este formato de evento ajuda no processo de quebra dos tabus que envolvem a sexualidade?
Totalmente.  A intenção com o projeto é promover um processo de auto aceitação para que as pessoas sejam mais verdadeiras, autônomas e conscientes enquanto seres humanos, além da compreensão de sua própria sexualidade e desejos sexuais.

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