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Corno manso: 90% dos homens já desejou ver parceira transar com outro

No Dia do Corno, pesquisa aponta que 90% dos usuários de um site de não monogamia tem tesão em ver a parceira fazendo sexo com outro

atualizado

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Close de casal abraçado com mulher sentada em cima da mesa - Metrópoles
1 de 1 Close de casal abraçado com mulher sentada em cima da mesa - Metrópoles - Foto: Andrii Lysenko/Getty Images

Muito conhecido no universo BDSM, o cuckold ganha cada vez mais espaço no meio “baunilha”. O fetiche em ver a esposa com outro homem ganhou até data oficial: anualmente, o dia 25 de abril marca o Dia do Corno. De acordo com uma pesquisa recente, são mais adeptos do que se pode imaginar.

Um levantamento do site Sexlog com usuários apontou que 90% deles já desejou ver a parceira transando com outro homem. O fetiche funciona como uma dinâmica de dominação e submissão, na qual a hotwife (termo usado para designar a esposa que trai) faz do sexo com outro homem uma forma de humilhação para o cuckold.

Contudo, apesar de usar o termo “traição” para dar o tom do fetiche, de forma prática ninguém está traindo ninguém. Uma vez que uma das principais regras do cuckold e qualquer outra dinâmica fetichista é o total consentimento de todas as partes, tudo que acontece está previamente combinado. Logo, a “traição” e “humilhação” ficam mais na parte lúdica.

“O ciúme é parte da insegurança, do sentimento de perda e de posse. Se você estiver com alguém e confia nas suas atitudes, não tem porque ter ciúmes. Como é tudo feito juntos, em acordo, não enxergo como traição”, afirma Ricardo*, de 50 anos, em nota.

E ao contrário?

Diferente do que muitos pensam, o fetiche em ser corno não parte apenas de homens que gostam de ver suas parceiras com outros, mas também de mulheres que sentem tesão em assistir o parceiro fazendo sexo com outra mulher.

Muito se fala sobre a mulher traindo o homem — o contrário acaba sendo mais banalizado dentro de uma cultura patriarcal, na qual o homem sempre teve um maior “direito” a casos extraconjugais perante a sociedade. Mas a outra configuração existe e, a ela, são atrelados os termos cuckquean (a mulher que gosta de ser traída) e hothusband (homem que é assistido traindo).

A depender do contexto, do combinado e das preferências de cada casal, a “traição” pode acontecer de várias formas: a distância, com os detalhes contados posteriormente; ou mesmo com o(a) corno(a) fazendo a vez de voyeur, assistindo a cena de longe ou de perto, e até mesmo filmando.

É saudável?

Não é incomum ver opiniões muito contrárias a práticas como o cuckold. Por se tratar de uma interação que envolve a quebra de um padrão conservador monogâmico e, muitas vezes, a dinâmica da humilhação representada pelo casal, há quem considere o fetiche um desvio ou distorção da “normalidade”, que é adquirido pelo vício em pornografia.

Apesar da exposição a conteúdos pornográficos poder, sim, moldar alguns comportamentos problemáticos, não necessariamente o que se aprende no pornô precisa ser patológico ou reproduzido de forma a prejudicar os envolvidos.

“Infelizmente ainda carregamos um estigma da ‘normosexualidade’ e do que é aceito e considerado normal dentro de determinados parâmetros. É claro que a indústria pornô é problemática por seus abusos e irrealidades, mas um casal pode entrar em contato com um fetiche por meio de material erótico e, de forma saudável e consensual, gerar muito prazer para a relação”, afirma o terapeuta sexual André Almeida.

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