Controle do orgasmo, facas e velas: o céu é o limite para os fetiches
Controlar o prazer do par, explorar as sensações quentes da cera das velas e provocar com facas são alguns dos fetiches do BDSM
atualizado
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O termo fetiche pode incitar curiosidade, criatividade e remeter ao ápice do prazer. Há também quem utiliza a palavra para descrever a excitação sexual associada a um objeto tipicamente não sexual.
E quando se trata do imaginário humano para sexualidade, o céu é o limite para ideias. No ano de 2020, dentre os termos mais buscados, as práticas do BDSM foram as favoritas. E não tem como falar em fetiches sem pensar no universo sadomasoquista, que envolve uma troca de poder erótico por meio de dominação e submissão.
Quando falamos de torturas prazerosas, controlar o orgasmo pode ser uma das experiências mais satisfatórias aos adeptos do BDSM. Para os que curtem dor, o wax play unido ao knife play promete mexer com a adrenalina.
A Pouca Vergonha mergulhou nesse universo e ouviu quem entende das práticas.
Controle de Orgasmo
Do inglês, Orgasm Control, a técnica envolve dominação e submissão. Quando o parceiro submisso é levado à beira do clímax e então forçado a parar. E essa sequência se repete algumas vezes. A dominadora Mistress Charlotte, explica que usa jogos psicológicos, estímulos verbais e visuais. “A ideia da prática é conduzir o outro da maneira que assim desejar, ao famoso final feliz. É a entrega do controle do seu orgasmo para o seu parceiro ou parceira”, esclarece.
A expert conta que até mesmo remotamente há como controlar o orgasmo: “Foi uma prática muito procurada pelos submissos durante o isolamento”, relata ela, que conduz cursos de castidade masculina para dominadoras e amadoras.
É possível ainda, apimentar a técnica de diversas formas: “Basta incluir o chastity control (cinto de castidade), onde a parceira assume o papel de key holder e pode ser muito interessante”, ensina.
Cinto de castidade e Portadora das chaves
O chastity control é a prática onde um dos parceiros usa um dispositivo peniano (no caso do homem), com um cadeado: “Esse cinto permite uma ereção parcial e o orgasmo com a masturbação ou a penetração acontece apenas quando a outra parte, a detentora da chave do cadeado liberar”, explica a dominatrix.
Atualmente, Mistress Charlotte possui alguns submissos em controle de castidade por diversas partes do país e fora dele.
Ela confessa que essa é a maior entrega de todas: “Ser guardadora do orgasmo alheio. É preciso muito envolvimento, conexão e entrega”, e alerta que como todas as práticas é preciso ser seguro e consensual.
Alcançar o orgasmo é algo muito fácil para o homem culturalmente, e acaba sendo “banalizado”. Os relatos de quem usa o cinto de castidade é que o prazer de quando é liberado é até mais intenso.
Wax play, Knife Play
Traduzindo para o português: brincadeira com cera de vela e com facas, punhais e espadas como fonte de estímulo físico e mental.
A dominadora Liwarie, 20 anos, modelo oficial do site Suicide Girls, pratica o jogo desde os 17 anos de idade: “O jogo das facas consiste em passar a lâmina levemente na pele. E pode ficar mais interessante se unir às velas pingando a cera quente no corpo da parceria e retirando com a faca”, explica a criadora de conteúdo sensual no OnlyFans.
No jogo, o submisso obtém o prazer pela dor. E proporciona prazer a todos os envolvidos: “Para o dominador, é prazeroso o controle e o sadismo de estar causando levíssimas queimaduras na pele do submisso. Para a retirada da cera do corpo do submisso, o dominador geralmente utiliza flogger (dando leves batidas) ou uma faca sem fio. Para o submisso masoquista, a sensação da cera pingando na pele e as leves queimaduras o excitam”, esclarece.
Mas atenção, o jogo exige confiança das duas partes: “Não deve ser feito com velas tradicionais, existem velas específicas para este tipo de prática, normalmente encontradas em sex shop. Algumas possuem sabor, podendo aprimorar a brincadeira com lambidas e sexo oral”, orienta.
Como algumas práticas no BDSM, as brincadeiras podem ser perigosas: “A segurança vem sempre em primeiro lugar, e jamais deve fugir do SSC (são, seguro e consensual)”, finaliza.