Conheça ONG brasiliense que apoia e orienta trabalhadoras do sexo
Fundada em 2007, a Rede Tulipas do Cerrado atende mais de 300 trabalhadoras do sexo; conheça o trabalho da ONG
atualizado
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A fim de amenizar a marginalização de pessoas em situação de rua, surgiu, no Distrito Federal, uma organização da sociedade civil que se dedica à redução de danos e ao apoio a grupos de mulheres cis e trans, sobretudo profissionais do sexo: a Tulipas do Cerrado.
“A organização se dedica a fortalecer e capacitar indivíduos para defenderem seus direitos, ocuparem espaços sociais e resistirem às violências”, explica Beatrys Madelayne, uma das integrantes da ONG.
Um dos papéis centrais é o contato com novas gerações, por meio de ações que buscam preparar mulheres jovens para que não enfrentem violências físicas durante o trabalho.
Essa conscientização é feita em diferentes frentes. Engloba, entre outras áreas, formação técnica e política, educação continuada, educação em saúde e formação formal e popular. As trabalhadoras encontram, dentro do grupo, um espaço para se expressar livremente e compartilhar experiências.
De acordo com a advogada Paula Borges, no campo do direito das trabalhadoras do sexo não existe muita jurisprudência. “O primeiro caso de reconhecimento de vínculo trabalhista dessa área só ocorreu em 2023, então, não tem nenhuma legislação que garanta os direitos dessas pessoas”, lamenta.
Paula acrescenta que “há muitos anos existe a necessidade de garantir novos direitos nesses ambientes cheios de preconceito e da criação de projetos mais amplos de estudo sobre essa realidade.” É justamente nessa lacuna que a ONG atua.
A organização
Entre os lemas da ONG, está o de motivar as trabalhadoras do sexo a nunca abaixarem a cabeça e a se reconhecerem como iguais, resistindo aos julgamento impostos pela sociedade.
Para chegar lá, há diversas estratégias, como a de redução de danos. “As participantes aprendem a se orgulhar de suas experiências, reconhecendo que o trabalho sexual não é apenas uma fonte de sofrimento, mas também de aprendizado e crescimento”, orgulha-se Beatriz.
O espaço funciona como um verdadeiro refúgio. Por lá, as mulheres são fortalecidas e empoderadas pelas suas vivências. “A organização acredita na importância de cada pessoa contar sua própria história e assumir o controle de sua vida. Com um leque de histórias e experiências, as participantes são encorajadas a reconhecer e celebrar sua diversidade e capacidade”, encerra a voluntária.