Confira 8 mitos e verdades do BDSM mostrado em Verdades Secretas 2
A especialista no universo sadomasoquista, Mistress Charlotte, esclarece os pontos reais do tema
atualizado
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Luxo, riqueza, luxúria, e jogos de poder. Quando se fala em sadomasoquismo ou BDSM, muita gente resgata as imagens do milionário Christian Grey, do filme 50 tons de cinza. Quem não tem a trilogia como referência, pode ainda pensar em situações de perversão sexual incluindo sadismo e masoquismo, mas sem muitas referências de como funciona na prática.
Filmes, séries e novelas pouco retratam o tema, e quando o fazem, acabam cometendo alguns equívocos que pode levar o público a ter uma ideia diferente do que é real neste universo.
A trama global Verdades Secretas 2 é vem abordando o assunto. Apesar de incluir o tema nos debates, existem ainda alguns aspectos que não condizem com a realidade de quem vive na prática o BDSM.
A Pouca Vergonha ouviu a expert no assunto, Mistress Charlotte, dominadora há mais de seis anos, que esclareceu o que é mito e o que é verdade no mundo sadomasô apresentado na novela. Confira.
Riqueza
O BDSM é colocado em um universo com pessoas muito ricas, como o caso de 50 tons de cinza e Percy, em Verdades Secretas 2: “Isso acontece, mas não está restrito apenas a essa classe social, o sadomasoquismo está em todas as classes, e é acessível a todos que queiram praticar”, explica a dominadora.
Submissão
Na visão da Mistress Charlotte, apesar de não ser uma regra, a maioria dos homens com alto poder aquisitivo acabam desejando ser submissos, e não dominadores: “No geral, eles se colocam como submissos como uma forma de contrapor o lado dominante do dia a dia”, esclarece.
Fetiche como anormalidade
A especialista ressalta que o BDSM quando não explicado, acaba carregando um estigma de algo anormal: “A primeira vez que o tema é abordado na novela, a modelo trata a questão com anormalidade, como doença e isso é mito”, afirma.
Consensualidade
Quando o BDSM é apresentado na trama, o personagem dominador acaba inserindo as submissas, Angel e Chiara, sem nem ao menos explicar as regras e ter a consensualidade prévia: “Na vida real, não é assim. É sempre consensual e a pessoa é informada do jogo de dominação e submissão, para aí dizer se topa ou não participar”, explica.
Shibari
Em relação às cenas de amarração da produção global, Mistress Charlotte afirma que elas condizem exatamente com a realidade: “A estética das amarrações estão perfeitas. Isso é exatamente como ocorre para os fetichistas que gostam de shibari”, afirma.
Palavra de segurança
Apesar de tardiamente apresentada na trama, a palavra de segurança é usada com frequência e fundamental para os envolvidos no jogo: “Na novela foi introduzida após ele já iniciar a submissa no meio BDSM, e isso deve ser acordado e explicado previamente”, ressalta.
After care
O cuidado com a submissa após a prática é algo primordial para os praticantes de BDSM: “Isso foi mostrado na novela e é realmente muito utilizado. Um cuidado após os jogos de dominação”.
Vilanização x romantização
Por fim, a dominadora explica que quando comparados, os personagens Christian Grey e Percy são dois opostos e ambos fogem à realidade do BDSM: “O personagem da trama global parece mais um vilão com um jogo de interesses. E no filme, é mais romantizado, revelando dois opostos que não retratam todas as nuances do BDSM”, conclui.