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Balada liberal: festas de sexo ganham roteiro nacional e público fiel

Com a proposta de promover liberdade sexual e tolerância, as sex parties têm se multiplicado pelo país. Conheça as mais badaladas

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Festa Lust
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Ver e ser visto, dançar até os pés não aguentarem e, com sorte, beijar muito. Se a sua definição de uma festa quente resume-se à descrição anterior, a coluna de hoje vai te fazer repensar. Com a proposta de se tornarem ambientes livres de preconceito e pudor, as chamadas baladas liberais têm se multiplicado e conquistado cada vez mais adeptos pelo país.

Concentradas nas capitais brasileiras, adotam dinâmicas diferentes para garantir conforto, segurança e, em alguns casos, sigilo aos frequentadores. No entanto, algumas máximas são comuns: liberdade, respeito e diversão.

São várias as características que diferem as festas liberais das tradicionais casas de swing, a principal é: as programações  não têm o casal como foco nem estabelecem critérios ou valores diferenciados baseados no status de relacionamento dos frequentadores, pois as possibilidades de interação sexual são mais diversificadas.

No Distrito Federal, a Lust recebe cerca de 800 pessoas a cada festa, realizada mensalmente. Apesar de 85% do público ser LGBTI, a presença de homens e mulheres heterossexuais têm crescido a cada nova edição.

“As pessoas vão à Lust para realizar fetiches, observar, ou simplesmente curtir a música. Tem de tudo: gente que tira a roupa toda, partes dela ou não tira nada”, afirma o idealizador da festa, André Moreira.

 

Responsável pela Brutus Party (SP), o promoter Alexandre Bispo acredita que a expansão do mercado está associada à forma como as pessoas estão se relacionando na era da redes sociais.

“Com a internet, as baladas perderam um pouco o sentido. As pessoas saíam para paquerar e hoje podem fazer isso via aplicativo. A partir daí, as festas tiveram que se reinventar”, destaca.

E como liberdade não significa ausência de regras, é comum que as casas e produtoras estabeleçam algumas.

“Na Lust, orientamos o público a denunciar qualquer prática de homofobia, transfobia, gordofobia, misoginia e racismo. Além disso, a equipe de segurança fica atenta a qualquer ação sem consentimento de alguma parte. Outra regra é a proibição de fotos com os próprios celulares. Já na entrada, colocamos adesivos nas câmeras”

André Moreira, um dos produtores da Lust

Se a ideia de ir a uma festa para interagir sexualmente, dançar sem pudor e se libertar das amarras pareceu interessante, vale conferir o roteiro que o Metrópoles preparou com os eventos liberais mais populares no país. Venha conferir:

Lust (DF)
A ideia de lançar a festa pioneira do segmento no DF surgiu depois de uma visita dos produtores André Moreira e Igor Albuquerque à Berlim, onde as sex parties são populares. A primeira edição, em 2018, foi um sucesso e desde então acontece mensalmente.

Além da liberdade de ser e fazer o que quiser, a balada aposta na música e nas performances que envolvem BDSM e fetichismo. Lá, os frequentadores podem ouvir house, techno, nu disco e outros ritmos quentes.

A estrutura, no SubDulcina, conta com pista de dança, instalações temáticas, como o sex sling, quarto escuro e corredor para performances. Em todos esses ambientes, pode-se realizar fantasias sexuais, exibicionismo, voyeurismo, ou simplesmente curtir a música, dançar e conversar.  Mais informações no Instagram da festa.

Reprodução/Flickr
“Não fazemos restrições de público, somos inclusivos. No entanto, não são bem-vindos homofóbicos, transfóbicos, lesbofóbicos, gordofóbicos ou qualquer outra pessoa munida de preconceitos”, destaca André, um dos produtores da Lust

 

Brutus Party (SP)
A Brutus Party também tem referências internacionais. Ela surgiu como uma derivação da Harder, realizada em Nova Iorque, e já se firmou na capital paulista, onde a oferta de festas do gênero é mais expressiva. Realizada no centro cultural Casa da Luz, o selo da Brutus Party também viaja a outros estados brasileiros. A última edição, por exemplo, foi nessa sexta-feira (19/07/2019), no Rio de Janeiro.

Voltada ao público LGBT, a curadoria das músicas é feita para agradar a todos com discotecagem de house, deep, techno, pop 80’s, 2000’s e house. Para saber mais, basta acessar a página do projeto no Facebook.

 

Reprodução/Facebook
A Brutus foi eleita a 2ª melhor festa LGBT em 2018 pelo site Guia Gay São Paulo

 

Kevin (SP)
Celebrar a diversidade de corpos e a liberdade sexual com muita música são as mensagens-chave da Kevin. A festa já fez turnês por Berlim e Amsterdam e com frequência rola em casas cariocas e porto-alegrenses.

Com um público majoritariamente LGBTI, a festa não se limita a oferecer uma opção de diversão com a temática sexual e costuma promover debates sobre uma série de tópicos pertinentes à natureza do evento. Incluem-se o uso de preservativos, métodos de prevenção e acompanhamento de DSTs, além da importância da diversidade e da aceitação dos corpos. A programação é divulgada na página da Zig Club.

 

Reprodução/Instagram
Os produtores da Kevin são responsáveis, ainda, pela Z(o)na, festa onde o dresscode nu é obrigatório

 

Horny (BH)
Misturando música, arte e a liberdade sexual, a Horny ocorre mensalmente na capital mineira. A proposta é ser um fervo contra as regras e um grito por mais liberdade e respeito.

Na balada, o público pode e deve se permitir. A libido e a excitação são estimuladas em um ambiente de acolhimento e as únicas regras são: não utilizar celulares e perder a vergonha (só a vergonha, não o respeito). As próximas festas serão anunciadas no site da label.

 

Divulgação
A Horny conta com apresentações artísticas, sexuais e darkrooms. Segundo o idealizador do projeto, o produtor cultural e DJ Thales Albuquerque, as únicas regras são: não utilizar celulares e perder a vergonha, mas não perder o respeito.

 

 

Hole (RJ)
No Rio, a Hole acontece toda quinta-feira em um tradicional bar gay de Copabacabana, o TV Bar. Com o slogan “Let’s fuck like a rabbits”, que na tradução em português significa “Vamos transar como coelhos”, a festa também conta com shows ao vivo e perfomances.

O Instagram do evento é repleto de fotos que mostram bem a mensagem da festa: valorização do corpo do jeitinho que ele é, sem filtros ou padrões. Vale a pena conferir.

Reprodução/Facebook
A Hole ocorre todas as semanas, na Zona Sul do Rio de Janeiro

Club 16
A pousada Club 16, em Natal (RN), realiza festas o ano todo em uma das paisagens mais paradisíacas do Brasil, a Praia de Pipa. Entre os principais selos, estão a Sex Day, que geralmente acontece entre 5 e 8 de setembro, em comemoração ao Dia do Sexo, e a Paradise Lost, no feriado de 15 de setembro.

Para proporcionar mais segurança e privacidade a quem frequenta, as festas são exclusivas para hóspedes, amigos e convidados. “Nosso público tem uma preocupação com o sigilo”, confirma o proprietário Fernando Leite. A casa é frequentada principalmente por casais heterossexuais, mas os planos de uma festa voltada ao público LGTBI estão avançados.

Divulgação oficial
Para participar da festa, é necessário estar hospedado. O intuito é garantir privacidade dos frequentadores
E não se esqueça: use camisinha

A sexóloga Luísa Miranda elenca alguns cuidados para quem frequenta as baladas liberais. “Se a pessoa está disposta a se conhecer sexualmente, não há problema nenhum. O essencial é ter em mente que a sexualidade está ligada à saúde. Ou seja, dê preferência a espaços onde a higiene é a palavra de ordem e as camisinhas estejam à disposição.”

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