Atenção, homem: gostar de dar o cu para uma mulher não te faz gay
O sexo anal é visto como algo proibido para homens hétero, mas sexólogos explicam que atos sexuais isolados não determinam orientação sexual
atualizado
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O sexo anal é, certamente, um dos maiores tabus da sexualidade, principalmente quando se trata de homens héteros. Com toda a cultura de masculinidade frágil da sociedade, os homens acham que sentir prazer anal os faria ser “gays”, ainda que esse estímulo fosse dado por uma mulher. Afinal, isso procede?
A resposta é não. Antes de tudo, é importante saber que um ato sexual isolado não é o suficiente para determinar a orientação sexual de alguém. A sexóloga Luísa Miranda lembra que o “nome completo” das orientações é orientação afetivo sexual, ou seja, experiências sexuais são apenas uma parte do que constitui o todo de uma orientação.
“Só ter tesão não basta para ser hétero, bi, homo ou pan; junto disso vem toda a questão afetiva e romântica”, explica. Ou seja, ainda que o prazer anal fosse com outro homem, não seria o suficiente para dizer que um homem é gay.
Além disso, é importante destacar que no pegging (ou inversão), o homem é penetrado por uma mulher. Logo, não faz sentido atribuir a prática à homossexualidade. Afinal, todos que têm ânus têm direito a ter prazer anal. Não é sobre a prática em si, mas sobre com quem se pratica.
“Muitos homens heterossexuais ainda tratam o ânus como uma ‘área proibida’, e relacionam o prazer da região com a instantânea perda de sua ‘masculinidade’. É irreal acreditar nisso. O ânus é uma área muito erógena, ainda mais por conta da próstata, acessada por ele e conhecida como ponto G masculino”, elucida o terapeuta sexual André Almeida.
Muitas vezes, o pegging não é um desejo só do homem, mas também um grande fetiche para a mulher que o pratica. “Além do fato dela gostar de presenciar o prazer do parceiro, existe toda uma questão de dominação e brincadeiras de submissão que podem estar envolvidas no fetiche de penetrar o homem”, afirma André.
Como fazer?
A forma mais comum de praticar a inversão de papéis no sexo é com a famosa cintaralha. Também chamada de strappon, trata-se de uma cinta com um dildo acoplado. Engana-se quem pensa que a brincadeira é prazerosa apenas para o homem que está sendo penetrado. A parceria também pode ir à loucura.
A satisfação feminina vai além da parte psicológica do fetiche, uma vez que o movimento de penetração causa atrito entre a base do dildo e o clitóris, facilitando que a mulher também chegue ao orgasmo no processo.
Algumas opções de cintas vêm com um minivibrador na parte interna ou mesmo com um outro dildo para dentro, para que a mulher penetre o homem enquanto também é penetrada. O prazer, então, vai para outro patamar.