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Ansiedade e sexo: entenda a relação problemática entre os dois tópicos

Terapeuta sexual explica como a ansiedade atrapalha a vida sexual e responde se ela é o motivo de jovens estarem fazendo menos sexo

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Casal deitado de costas na cama - Metrópoles
1 de 1 Casal deitado de costas na cama - Metrópoles - Foto: 4FR/Getty Images

Em tempos nos quais a ansiedade é considerada o “mal do século”, vale ressaltar que ela também é uma das maiores inimigas do sexo. Sendo a sexualidade um dos pilares principais para a manutenção de uma vida saudável, é importante estar atento para que esse quadro não atrapalhe a vida sexual.

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) feito em 2022 estimou que, no Brasil, existam cerca de 18,6 milhões de pessoas diagnosticadas com ansiedade – número que aumentou consideravelmente após 2020, ano em que ocorreu a pandemia da Covid-19.

De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, a ansiedade é uma das mais recorrentes causas de interferência na vida sexual e está por trás da maioria das disfunções sexuais de causas psicológicas. “A ansiedade pode interferir negativamente em todas as fases da resposta sexual humana, desde o desejo sexual até o orgasmo”, explica.

Além da ansiedade atrapalhar a sexualidade, o caminho contrário pode ocorrer — ou seja, grandes expectativas em torno da vida sexual acabarem gerando ansiedade. Desta forma, o ciclo vira uma grande bola de neve, que se retroalimenta.

“Se antecipamos uma performance negativa ou uma avaliação negativa por parte do parceiro, por exemplo, isso pode gerar a ansiedade frente ao comportamento sexual. E leva, muitas vezes, a comportamentos que visam ‘evitar’ esse sentimento desconfortável. Um desses comportamentos é  ‘fugir’ do sexo”, pontua.

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O bem-estar sexual é considerado um dos pilares da boa saúde pela OMS

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A prática traz diversos benefícios. Queima calorias, melhora a autoestima, aumenta a qualidade do sono, diminui o estresse, colabora com a saúde cardiovascular etc

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Medicamentos para ansiedade: vilões ou mocinhos?

O tratamento medicamentoso da ansiedade costuma ser um outro ponto de discussão quando se trata de libido e vida sexual. Isso acontece porque, ao mesmo tempo que um ansiolítico pode diminuir a libido, por exemplo, ele pode aliviar os sintomas do problema que deixam a pessoa sem libido.

“Vai depender do medicamento. Tem antidepressivos e ansiolíticos que podem interferir no desejo sexual, por isso, é importante conversar com seu médico de forma franca, caso sintomas desse tipo apareçam”, afirma André.

Mas o fato é que, interferindo ou não, o mais indicado a se fazer é conversar com o médico para ajustar dosagens e diminuir possíveis efeitos colaterais. Afinal, se o quadro da pessoa infere que ela faça uso de medicamentos, não é responsável apenas optar por não tomar ou mesmo tratar o sexo como “remédio”, achando que sua prática vai resolver o problema.

“Não podemos reduzir a ansiedade a simplesmente uma questão que ‘se alivia’ com um orgasmo. Existem muitas questões subjacentes ao transtorno que precisam ser investigadas e tratadas de forma eficaz: psicoterapia e psicofármacos, se necessário”, alerta.

Jovens e vida sexual

Atualmente, a ciência tem dedicado diversas pesquisas para estudar a relação entre os jovens e o sexo, e é unânime: a geração mais jovem está transando cada vez menos e buscando cada vez mais o auxílio de terapia sexual.

Sendo a sexualidade um fenômeno com partes psicológicas, fisiológicas e sociais, é difícil definir um ponto único de influência para a diminuição do comportamento sexual de toda uma geração. Contudo, direta ou indiretamente, o fato é que os números podem ser, também, consequência da maior taxa de ansiedade.

“O mundo, o mercado de trabalho e a economia cada vez mais agressiva têm trazido um senso de urgência negativa e uma desesperança para a geração atual, o que contribui para uma ansiedade generalizada”, elucida André.

Além disso, o especialista lembra que o próprio processo de flerte tem sido constantemente reconfigurado, e há outras formas de se chegar ao comportamento sexual, inclusive aplicativos específicos para isso.

“Podemos pensar também no próprio ‘lidar’ com o sexo e na masculinidade tóxica, que vem com as gerações anteriores, e inflaciona a quantidade de comportamentos sexuais que têm em censos e pesquisas para a manutenção de seu status quo”, diz.

Desta forma, é seguro dizer que, ainda que a ansiedade seja uma das principais interferências negativas na vida social, quando se fala de “diminuição de libido” dos jovens, é raso afirmar que ela seja o único motivo para que isso esteja acontecendo.

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