Além do prazer: veja como ter um envelhecimento saudável da vagina
Cuidar da região íntima não é apenas uma questão estética, como também favorece o bom funcionamento da vida sexual
atualizado
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Manter a vida sexual ativa ao decorrer dos anos já é uma realidade para muitas pessoas, inclusive, a Coluna Pouca Vergonha costuma elencar com frequência os benefícios do sexo na maturidade. Mas, não é apenas a sexualidade que tem que ser cuidada e mantida ativa. Do mesmo jeito que nos dedicamos a todas as regiões do corpo, também devemos dar uma atenção especial aos cuidados íntimos.
De acordo com a ginecologista Thalia Maia, especialista em sexualidade, da mesma maneira que ocorre o envelhecimento na face e no corpo, podemos notar alterações semelhantes na região íntima:
“Junto com a idade, vem o envelhecimento natural que, associado a fatores genéticos e alterações hormonais, causam pigmentação, perda de colágeno e gordura, resultando em manchas e flacidez dos grandes lábios com perda de volume externo”, explica. Isso pode gerar um aumento ou assimetria dos pequenos lábios.
Redução da libido
Engana-se quem pensa que cuidar do envelhecimento da vagina é uma questão puramente estética. Thalia esclarece que, além da queda hormonal influenciar a parte física, deixando a pele da vulva mais fina e a mucosa vaginal ressecada, o envelhecimento também afeta a parte funcional. Como consequência, reduz a libido.
“Em alguns casos mais extremos, a flacidez dos tecidos é tamanha que útero, bexiga e reto podem descer e se exteriorizar com ou sem perda de urina”, alerta a ginecologista. Por isso, fazer o “vaginacare” é tão importante quanto o seu skincare.
Cuidados para uma vagina saudável
A especialista reforça que a Ginecologia Regenerativa, Funcional e Estética chega como um recurso para auxiliar o resgate da autoestima e retomada da vivência da sexualidade plena, associando orientação a tratamentos medicamentosos e cirúrgicos para resgatar a anatomia da região íntima. Elencamos sete cuidados essenciais para garantir a saúde plena da vulva com o passar dos anos.
Confira:
1.Conhecer a própria anatomia é o primeiro passo: cuidar começa no reconhecimento da região íntima como parte importante do corpo feminino e não fingir como se ela não existisse e negá-la.
2. Cuidados adequados com higiene, mantendo sempre limpa na área externa e não usando produtos internamente.
3. Depilação: evitar agressões físicas que incluem reduzir os traumas com gilete. Importante também não aumentar a flacidez com uso de ceras e reduzir a agressão química de cremes depilatórios. O ideal é realizar depilação a laser, deixando o desenho que preferir ou retirando tudo.
4. Hidratação: muita gente passa creme no abdome e faz a curva até a coxa, pulando a pele da vulva. Não precisa passar nada dentro, mas na pele externa sim. Isso vai reduzir o ressecamento e ajuda a manter a qualidade da pele.
5. Controlar a alimentação e o peso, já que acabam esvaziando o volume dos grandes lábios, aumentando o aspecto de flacidez e projetando mais a parte interna.
6. Realizar exercícios de contração da musculatura pélvica para manter o tônus, evitando perda urinária e quedas de órgãos, além de melhorar a sexualidade. Mulheres com queixa são encaminhadas para fisioterapia pélvica, porém, todas devem fazer as contrações diariamente.
7. Buscar um profissional no início dos sintomas ou quando perceber incômodos funcionais ou estéticos.
O que não usar
Por fim, vale lembrar que a pele da vulva quando se sente agredida pode ficar espessa e escurecer. “Evite tratamentos caseiros e qualquer agressão na região, incluindo o atrito diário com calça jeans, ou o uso de calcinhas de material sintético, que também podem causar processos alérgicos”, alerta.
Além disso, vale evitar o uso de gilete e cera para depilação. Quando fizer a higiene do canal vaginal, não é recomendado lavar nada internamente, apenas higienizar a vulva e as regiões do clitóris e pequenos lábios.