Sair de cachecol ou gola alta no calor. Passar 10 camadas de base e corretivo para tentar cobrir a mancha roxa. Esfregar (desesperadamente) uma colher no pescoço em frente ao espelho. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, afinal, quem nunca passou pelo sufoco de ter que esconder um chupão no pescoço em algum momento da vida que atire a primeira pedra.

Muito comum entre os casais que não resistem a um “cangote”, o chupão é nada mais que um beijo intenso no pescoço (também vale para outras áreas). Seria inofensivo, se o movimento de sucção não deixasse um grande hematoma. “A mancha é temporária e acontece porque a sucção foi forte o suficiente para estourar os vasos sanguíneos que estão abaixo da pele”, explica Paola Santos, médica clínica geral.

Para muitas pessoas, o chupão é considerado “coisa de adolescente”, mas, segundo a sexóloga e ginecologista Renata Ribeiro, na sexualidade não existe nenhum ato restrito a alguma faixa etária. A palavra-chave para definir o prazer é consenso. “O que pode ser extremamente prazeroso para uma pessoa, pode ser extremamente desconfortável para outra. Então, o mais importante a se considerar é se a outra pessoa quer ou não”, garante.

O pescoço, a nuca e a virilha são zonas erógenas do corpo humano, que se bem estimuladas podem levar qualquer um à loucura. Logo, não existe motivo para não incluir o chupão no repertório da pegação.

Como tirar a marca
Por mais que a vontade seja retirar a marca instantaneamente, isso não é possível. Tal qual qualquer hematoma, o chupão leva alguns dias para desaparecer por completo. Mas existem formas de suavizar o roxo. “O ideal é massagear suavemente o local e fazer compressas alternadas de água fria e morna. Também existem pomadas com ação anti-inflamatórias que ajudam bastante no processo”, indica Paola.

Quem não quer ter trabalho com isso, há sempre a opção de pegar leve. “Quanto maior a pressão exercida, mais vasos se rompem e maior a mancha”, explica a clínica. “Podem não ocorrer manchas dependendo da intensidade da sucção e da região do corpo que forem feitas”, complementa a sexóloga. Ou seja, dá para dar um beijo gostoso no(a) crush sem precisar arrancar um pedaço.

E os riscos?
Mesmo que raro, chupões muito fortes podem trazer problemas para além de constrangimentos. “Dependendo da força exercida, além do rompimento de vasos, o chupão pode formar coágulos. No pescoço, há vários vasos que ligam o coração e o cérebro, e um coágulo de sangue nessa área pode até mesmo ser fatal. Por mais que seja um risco pequeno, não deixa de existir”, alerta Paola. Sendo assim, o mais indicado é ir com calma e carinho. Combinado?