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O caso Copape e o PCC – uma bomba explosiva no seu tanque

Facção PCC controla 10% do mercado de combustíveis no Brasil.

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Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O caso Copape revela como o Primeiro Comando da Capital (PCC) se infiltrou no setor de combustíveis, controlando uma vasta rede de postos e distribuidoras. Com mais de 1.100 postos sob seu domínio, a facção utiliza o mercado para lavar dinheiro e financiar suas operações criminosas.

As autoridades, incluindo o Ministério Público e a Justiça de São Paulo, já tomaram medidas contra os sócios da Copape, que enfrentam acusações de lavagem de dinheiro. A situação se agrava com a contratação de consultores de imagem pela facção, que tentam desviar a atenção das investigações e atacar a imprensa.

Ministério Público e Justiça de São Paulo já cercaram os donos da formuladora, que segundo as denúncias é braço da facção. Bando aloprado contrata publicitário para defender o indefensável, e ataque à imprensa vira tiro no pé.

Trinta postos de gasolina no Rio de Janeiro comprados em um ano, outros seis postos adquiridos de uma rede em Goiás, centenas deles em São Paulo, Bahia e Ceará. São mais de 1.100 postos controlados pela facção Primeiro Comando da Capital, o PCC, segundo revelou o governador Tarcísio de Freitas. O grupo criminoso achou um jeito nos últimos anos de lavar seu dinheiro no setor de combustíveis e, pior, chegou a comprar até distribuidoras e uma formuladora de gasolina – segundo denúncias do Ministério Público estadual paulista. A Justiça, aliás, já tornou réus alguns de seus sócios. Mas o verdadeiro dono, conforme apurações deste repórter na Polícia Civil, seria o membro do PCC Beto Louco. Acreditem, com esta rede o PCC já controla quase 10% do mercado nacional de combustível. Você pode estar dando dinheiro para o bando todos os dias sem saber que está financiando o crime. Todavia as autoridades sabem, e já se mexeram. Vamos a alguns fatos.

O principal o braço do bando no setor é a formuladora Copape que mantém em São Paulo uma rede de quase 300 postos. Com denúncias do Instituto Combustível Legal ao MP, os donos já viraram réus na Justiça por lavagem de dinheiro. Com isso, a Agência Nacional de Petróleo cassou a licença da formuladora e estancou a operação de bilhões do bando. Porém a facção resolveu aloprar. Através de seus advogados, contratou um consultor de imagem que, sem ter como defendê-los, passou a atacar a imprensa. Não só este colunista, mas outros jornais. O caso Copape, revelado por este jornalista na revista Isto É, foi amplamente divulgado há semanas por grandes jornais  do Brasil. 

Houve um precedente que remete ao caso. A Operação Rei do Crime, da Polícia Federal, rendeu várias prisões preventivas. A PF desmantelou uma complexa quadrilha que lavava dinheiro da facção PCC em postos de gasolina. Mas a morte do principal delator derrubou todo o trabalho da polícia. Agora, o grupo criminoso segue ainda mais forte: investe em grande terminal de armazenamento de combustíveis na região de Guarulhos. O que mais chama atenção é que eles estão derrubando árvores e desmatando terrenos sem nenhuma autorização de órgão ambiental. Todas as autoridades fingem que não vêem. 

Em tempo, há uma forte linha de investigação na polícia paulista de que as queimadas no Estado, em Goiás e no Mato Grosso são retaliação ao cerco ao grupo. Alguns membros do PCC foram presos em flagrante no interior paulista botando fogo em canaviais alheios. Justamente na região de Ribeirão Preto, o coração da operação de distribuição do grupo. A PF também está no caso e não descarta que o fogaréu que toma conta do Sudeste e Centro-Oeste pode ter ligação com a facção e sua retaliação pela perda bilionária da operação dos combustíveis.

A operação se expandiu. Há braços do grupo criminoso também no Rio de Janeiro. Segundo apurações, o novo parceiro do PCC no Estado seria Seves Americo Ormond dos Santos, um dos sócios da SuperOil, localizada em Duque de Caxias. Ele se associou a Armando Houssein Ali Mourad, amplamente citado na Operação Cassiopeia, do MP paulista, que desbaratou as ligações da facção com o setor de combustíveis, como citei. Armando Houssein é irmão de Mohamad Houssein, o qual , segundo o MP, é o real proprietário da Copape e de todos os bens que se encontram em nome de Armando. Outro integrante do grupo , apelidado de Beto Louco, seria o chefão e está na mira das autoridades. 

E como terra da jaboticaba, sem igual no mundo, o Brasil segue sua sina de protagonizar situações que só acontecem aqui. Com a denúncia do MP, o cerco da Justiça que tornou réus seus donos, a Copape pediu recuperação judicial. o surrealimo tomando conta do noticiário econômico: sim, caro ouvinte, um braço de facção pedindo recuperação para dar calote em fornecedores e seguir operando no mercado. 

No documento apresentado a uma vara empresarial de São Paulo, ao qual tive acesso, os advogados se complicam. Acusam de perseguição a ANP, justamente o órgão fiscalizador do setor, e pedem que a justiça de primeira instância reverta a decisão de uma agência reguladora federal – algo sem igual na literatura judicial no mercado. Segundo o ofício, as dívidas da Copape já estão perto de R$ 900 milhões com as atividades paradas. A Polícia Civil, aliás, sabe bem disso e a rota desse dinheiro. Principalmente o dinheirinho que está indo para a “consultoria de imagem”.

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