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Samara Felippo revela racismo contra a filha: “Chorando de ódio”

De acordo com a atriz, o crime foi praticado por adolescentes: “Querendo esfolar a cara daqueles moleques e dos pais deles”

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Samara Felippo
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Samara Felippo foi às redes sociais nesta segunda-feira (09/12/2019) para relatar um episódio de racismo contra sua filha, Alicia Barbosa. A atriz revelou que, por ser mãe de duas meninas negras, sempre fala sobre o assunto, mas nunca havia presenciado o crime racial.

“Ser mãe de duas meninas negras me abriu pra um mundo onde eu descobri que não sabia nada. Não sabia sequer enxergar a dor do outro. Onde eu enxerguei privilégios por ser uma mulher branca numa sociedade tão racista”, começou.

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A atriz está em quarentena em casa e agradece o carinho e apoio que tem recebido
Samara e as filhas, Alícia e Lara
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Samara e as filhas, Alícia e Lara

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A atriz está em quarentena em casa e agradece o carinho e apoio que tem recebido

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“Eu sempre falo, escrevo, mas nunca tinha passado com minhas filhas por uma situação de racismo”, emendou Samara. Ela contou que estava na festa de formatura da filha quando o caso aconteceu.

“Enquanto os pais conversavam no salão de festas, as crianças brincavam no parquinho ao lado. [Foi] Quando uma delas veio até a mãe: ‘Mãe, tem dois adolescentes zoando e implicando com a gente’. Eu imediatamente levantei e fui a passos largos”, disse.

“As crianças relatavam: ‘Aqueles três, puxaram o cabelo do fulano, zoaram com a ciclana’. Meu sangue começou a entrar em ebulição, fui que nem um bicho pra cima dos moleques e falei tudo que tenho vontade pra racistas, mesmo que eles ainda nem saibam que são. Garotos brancos de 14 anos, classe média de merda, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano”, garantiu a atriz.

De acordo com ela, as crianças chamavam Alicia de “marrenta”, “neguinha” e “cabelo ruim”. Infelizmente, Samara refletiu que “não será a primeira nem a última vez que ela passará por isso”.

“Agora eu te pergunto: se eu, como mulher branca, cheia de privilégios, minhas filhas negras, mas ainda sim com seus privilégios, seja por classe social ou tom de pele (sim, tom de pele conta nesse país! Quanto mais preta a pele, mais preconceito sofre-se, leia sobre colorismo) passamos por isso, imagina quantas meninas pretas passam todos os dias?”, discursou.

“Te pergunto: se eu, mulher branca, estou até agora chorando sozinha, com ódio e raiva, querendo esfolar a cara daqueles moleques e os pais deles, como não validar e enxergar a raiva e ódio de séculos de humilhação e violência? Acordem!”, concluiu Samara.

 

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“Ser mãe de duas meninas negras me abriu pra um mundo eu onde eu descobri que não sabia nada. Nao sabia sequer enxergar a dor do outro. Onde eu enxerguei privilégios por ser uma mulher branca numa sociedade tão racista.” Esse é um trecho de uma fala minha na peça @mulheresquenascemcomosfilhos, que num dia de ensaio me veio aos prantos. Eu sempre falo, escrevo mas nunca tinha passado com minhas filhas por uma situação de racismo. E pela primeira vez me deparei diretamente com o que muitos passam DIARIAMENTE. Estávamos na festa de formatura da Alícia, enquanto os pais conversavam no salão de festas as crianças brincavam no parquinho ao lado. Quando uma delas veio até a mãe: “Mae, tem dois adolescentes zoando e implicando com a gente” Eu imediatamente levantei e fui a passos largos. As crianças relatavam: “Aqueles três, puxaram o cabelo do fulano, zoaram com a ciclana” Meu sangue começou a entrar em ebulição, fui que nem um bicho pra cima dos moleques e falei tudo que tenho vontade pra racistas, mesmo os ainda nem sabem que são. Garotos brancos de 14 anos, classe média de merda, com a camisa verde e amarela, que descobri que um deles é filho de miliciano. Os xingamentos para minha filha eram: marrenta, neguinha e cabelo ruim. O clássico do racismo naturalizado. Agradeço ao que me fez sair da minha bolha branca e ter desde cedo esclarecido minha filha, enaltecido sua esperteza, beleza, coragem, seu cabelo, sua pele, suas raizes…e feito ela sair dessa situação de cabeça erguida e fortalecida. E assim continuo fazendo. Sei que não será a primeira e nem última vez que ela passará por isso. Agora eu te pergunto: se eu como mulher branca, cheia de privilégios, minhas filhas negras mas ainda sim com seus privilégios, seja por classe social ou tom de pele( Sim, tom de pele conta nesse país!!Quanto mais preta a pele mais preconceito sofre-se, leia sobre Colorismo)passamos por isso, imagina quantas meninas pretas passam todos os dias? Te pergunto: se eu mulher branca estou até agora chorando sozinha, com ódio e raiva, querendo esfolar a cara daqueles moleques e os pais deles, como não validar e enxergar a raiva e ódio de SÉCULOS de humilhação e violência? Acordem!

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