Radialista é afastado após homofobia contra Matheus Ribeiro
Na decisão, anunciada ao vivo, a diretoria da rádio afirmou ser contra qualquer tipo de preconceito
atualizado
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O radialista Luiz Gama foi afastado da Band News FM, em Goiânia, após comentários homofóbicos direcionados ao jornalista Matheus Ribeiro. Na decisão, anunciada ao vivo, a diretoria da rádio afirmou ser contra qualquer tipo de preconceito e defendeu o respeito à orientação sexual e a cor da pele.
Matheus Ribeiro, que vai processa o conterrâneo por homofobia, foi o primeiro âncora assumidamente homossexual a apresentar o Jornal Nacional. Na última terça-feira (13/11/2019), Gama usou o Twitter para destilar preconceitos contra o global.
“Putz! Onde o Brasil vai parar? Queimar a rosca agora é moda. Um apresentador de telejornal de qualidade média virou a bola da vez no jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição. A qualidade profissional que se f…”, escreveu Gama.
Em sua revolta, Gama ainda deu insinuações racistas citando a decisão do presidente Jair Bolsonaro em acabar com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. “Jair Bolsonaro está corretíssimo ao acabar com o registro na DRT e por acabar com a exigência de diploma para jornalistas. Afinal, tem uma fraquíssima em rede nacional só por causa da cor de pele e outro comunzão fazendo fama só porque avisou que queima a rosca”, disse o radialista, que apagou as publicações.
Processo
À coluna F5, da Folha de S. Paulo, a advogada de Matheus Ribeiro, Maria Thereza Alencastro, garantiu que medidas serão tomadas nas áreas cível e criminal, bem como será pedida indenização por damos morais e crime de racismo — em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) enquadrou ataques e ofensas à comunidade LGBT na chamada Lei do Racismo.
”Matheus, que tem visibilidade, por seus próprios méritos —diga-se de passagem, tem esta obrigação. Não para se proteger, já que a ele estes comentários não prejudicam, mas para proteger todos que não têm voz como ele. Estas pessoas, as homofóbicas, precisam de resposta à altura”, afirmou Alencastro.