Marcos Pasquim lembra os tempos de Kubanacan e conta que “não tinha vida”
Gravações extenuantes, vários papéis, e o tratamento de agorafobia marcaram experiência do ator como o “pescador parrudo”
atualizado
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Com a notícia que a novela Kubanacan entrará no catálogo do Globoplay, fãs de uma das novelas mais confusas e divertidas da Rede Globo comemoraram a volta do “pescador parrudo”, personagem de Marcos Pasquim. Em entrevista à colunista Patrícia Kogut, o ator conta que ficou muito feliz com a notícia.
“Vários fã-clubes na internet viviam me cobrando para que a novela voltasse, como se eu tivesse alguma influência sobre isso (risos). Foi um dos trabalhos mais importantes da minha carreira e muita gente ainda lembra com carinho. Tenho curiosidade de ver como as novas gerações vão receber a novela. Afinal de contas, já se passaram 17 anos”, afirma.
Ele lembra que as gravações da novela não foram nada fáceis. Além de ter sido uma trama longa, com 227 capítulos, ele interpretava vários personagens em muitas cenas de ação, e conciliava tudo com o tratamento de agorafobia. O transtorno é caracterizado por crises de ansiedade e pânico em algumas situações.
“O transtorno não interferiu no meu desempenho na novela. Como eu já estava fazendo o tratamento e medicado, os sintomas desapareceram completamente. Eu permaneci por uns quatro anos tomando remédios e depois fui desmamando. Hoje, não tenho mais nada, mas fico sempre atento”, conta.
Na época, Pasquim diz que “comia e respirava a novela” e “não tinha vida”. Três meses depois do início das gravações, exaustos, sugeriu que o autor desse um tiro em seu personagem para deixá-lo em coma por alguns dias e dar a oportunidade para o ator descansar.
“Foi o que aconteceu: o Esteban foi baleado e entrou em coma. Só que, a partir daí, ele começou a duelar mentalmente com o lado sombrio dele, o Dark Esteban. Então, foram gravações intermináveis num ringue de boxe em que eu lutava comigo mesmo. Ali eu aprendi que devemos tomar muito cuidado ao pedir alguma coisa para o autor da novela”, lembra.
Hoje, aos 51 anos, Pasquim diz que poderia tirar a camisa em algumas cenas, mas não faria mais papéis como Esteban, que passou boa parte da trama descamisado. “Tirar a camisa numa cena específica ou outra ainda dá. Eu cuido da minha saúde, da minha alimentação e do meu sono. Acho que o corpinho ainda aguenta”, afirma.