Cantor Silva revela que sofreu bullying na infância: “Tudo era viadinho”
“Ouvia na escola e depois na igreja de que eu iria pro inferno se eu fosse gay”, revelou o cantor
atualizado
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Silva, que está isolado em casa em Vitória, no Espírito Santo, participou nesta quinta-feira (9/7) de uma entrevista via live com a Marie Claire. No bate-papo, o cantor falou sobre carreira, namoro e até sobre a infância.
O artista está passando a quarentena ao lado do namorado, Renan Mantovaneli. O relacionamento entre os dois começou no fim do ano passado.
“A gente se conheceu no Grindr”, brinca Silva. “Nos conhecíamos da cidade, tinha uma amizade e achávamos que a gente não tinha muito a ver. Mas foi ficando bem bom, que não deu pra ficar só como amigos. Falei que precisávamos oficializar, foi ele quem pediu em namoro, mas eu dei todas as dicas de que queria namorar”, revela.
Silva falou sobre a criação religiosa que teve. “Eu tenho um passado completamente evangélico, toda a minha família, inclusive meu avô, que me criou, era pastor batista. Eu frequentei a igreja até uns 18 ou 19 anos e tinha uma cara de menino da igreja. Foi um processo bem doido na minha vida, difícil de encarar toda a culpa cristã que vem disso” diz Silva.
Ele revela que teve uma adolescência difícil por ser quem ele é. “Eu sofri muito bullying na escola. Tinha uma voz muito fina, personalidade doce e calma. Tudo era viadinho. Eu não contava pra ninguém, guardava pra mim. Ouvia na escola e depois na igreja de que eu iria pro inferno se eu fosse gay. Hoje estou bem resolvido com isso, mas eu chorava, achava que era errado, me achava pecador e pedi para Deus tirar isso de mim”, lembra.
O cantor ainda lembra que foi o avô pastor que o ajudou no início da carreira. “Ele me deu ferramentas para ser músico, usava o dinheiro de professor da escola público para me ajudar. Os dogmas da igreja me assombram, mas já tratei tudo em terapia e estou melhor”.
Para finalizar, Silva garante que não sente falta daquele tempo e defende grupos para conscientização de direitos. “É importante os movimentos em prol e na luta pelos direitos dos LGBTQIA+. Precisamos saber quem está lutando por e contra nós”, afirma.