Bey, rainha. Vocês, nadinha. Ao debater o racismo, Beyoncé cutuca a ferida dos conservadores
A cantora foi alvo de críticas de conservadores nos EUA. No Brasil, Ludmilla também sofreu comentários racistas
atualizado
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Beyoncé, Queen B, Bey, ou como você preferir chamá-la, está, novamente, no centro das atenções do mundo pop. Em menos de uma semana, ela lançou o single “Formation“, cantou a nova música no Super Bowl e agora enfrenta uma saraivada de críticas de conservadores norte-americanos. O motivo? A estrela expôs o racismo em seu novo trabalho.
Para se ter uma ideia do impacto do show de Beyoncé no Super Bowl – a final do futebol americano é transmitida para o mundo inteiro -, só nos EUA, mais de 114 milhões de TVs estavam ligadas. Ao cantar “Formation”, Queen B ofuscou os colegas Bruno Mars e Coldplay. A projeção, é claro, deixou os conservadores atacados.
Ao final, o que encontramos é uma Beyoncé vestida em homenagem às Panteras Negras, fazendo a formação de Malcolm X. A música, a letra, a qual eu não entendi nenhuma sílaba, diz basicamente que os policiais devem parar de atirar em negros
Steve Doocy, da Fox News
O republicano e ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani também reprovou a apresentação. “Acho muito ofensivo que ela tenha usado essa plataforma para atacar a polícia, que está lá para protegê-la e a manter viva”, disparou à Fox News.
Por que Beyoncé mexeu tanto com os brios conservadores?
A música, o clipe e o show do Super Bowl têm uma mensagem direta. Enaltecem a cultura negra e expõem o racismo que assola a sociedade norte-americana. A primeira cena mostra Beyoncé em cima de uma viatura, afundando na água, em uma referência ao desastre do furacão Katrina, em 2005.
Em outro momento, a cantora exibe a frase “Stop shooting us” (Parem de atirar em nós, em português) – relembrando o movimento #BlackLivesMatter, criado após o assassinato de Trayvon Martin pela polícia da Califórnia.
Personalidades negras rapidamente saíram em defesa da cantora. A polêmica rapper Azealia Banks partiu para cima de feministas que criticaram Beyoncé “por apenas apoiar negras”.
No shade I could honestly throw up in a box watching all these white women go in about the damn formation song
— AZEALIABANKS (@AZEALIABANKS) February 10, 2016
SOMETHINGS ARE NOT FOR YOU HONEY!!! GET OVER IT. For fucks sake
— AZEALIABANKS (@AZEALIABANKS) February 10, 2016
And honestly look how as soon as Beyoncé decides to embrace her blackness and love herself the whole white feminist world turned on her
— AZEALIABANKS (@AZEALIABANKS) February 10, 2016
Tradução: “Sem maldade, eu poderia honestamente vomitar vendo todas essas mulheres brancas criticando ‘Formation’. Algumas vezes não é sobre você, querida. Supere. E, honestamente, assim que Beyoncé decidiu abraçar sua negritude e a se amar, todas as feministas brancas se viraram contra ela”
A atriz e comediante Jessica Williams também se pronunciou publicamente em defesa de Beyoncé.
Jessica Williams, atriz e comediante, fala sobre as críticas feitas ao novo lançamento de Beyoncé e a apresentação no #SuperBowl.
Publicado por BEYHIVE.com.br em Terça, 9 de fevereiro de 2016
Ao Entertainment Tonight, Beyoncé falou sobre a apresentação:
Eu queria que as pessoas sentissem orgulho e se amassem. Eu senti muito orgulho
Beyoncé
Só lá?
Aqui no Brasil, o carnaval também foi marcado pelo racismo. A socialite Val Marchiori foi infeliz ao comentar a fantasia da cantora Ludmilla. “A roupa está bonita, a maquiagem também. Mas esse cabelo está parecendo um bombril”, declarou.
Depois do desfile muitas pessoas me enviaram um vídeo de uma pessoa que apresentava um programa ao vivo na TV falou que…
Publicado por Ludmilla em Quarta, 10 de fevereiro de 2016
Ainda bem que racistas não passarão. A mãe de Ludmila, Dona Silvana, respondeu à socialite, em entrevista ao jornal Extra.
Primeiramente, ela deve estar mal informada. Aquele não era o cabelo da Ludmilla. Ela estava usando uma peruca, assim como outros integrantes da escola. Agora, independente disso, e se fosse o cabelo dela? É lamentável. Infelizmente, o preconceito existe e ele está aí. A gente vive com ele diariamente
Dona Silvana, mãe de Ludmilla