Antes de qualquer coisa, um aviso: sempre achei a Banda Uó uma das novidades mais interessantes da cena pop brasileira. “Shake de amor”, “I <3 cafuçú” e “Vânia” sacudiram um cenário que parecia respirar por aparelhos.

Isto dito, chegamos ao disco “Veneno” – lançado em 4 de setembro. Os novo CD do trio goiano busca referências nos anos 90 – inclusive com um releitura de “U Can’t Touch This”. A ideia é boa? Sim. E o resultado? Também.

“Veneno” é dançante. É o tipo de disco que vai bombar de hits nas pistas de dança. Aposto com quem quiser que as festas LGBT tocarão “Arregaçada”, “Poperô” (a melhor do CD) e “É da Rádio” no repeat. O trio acertou em cheio nas faixas animadas, que misturam batidas dos anos 90 com pegadas modernas.

Há quem diga que a Banda Uó mandou bem ao fazer uma música despretensiosa. Discordo. O som de Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Candy Mel (que está cada vez mais à vontade nos vocais) não tem nada de bobo. Ao contrário: é inteligente e bem-humorado.

O disco é melhor que “Motel” (2012)? Não acho. Mas, inegavelmente, mostra que a Banda Uó soube sair do tecnobrega e encarar uma ~vibes~ mais madura. “Veneno” passa longe de ser um clássico, algo inesquecível. Entretanto, cumpre o objetivo do grupo: diverte!

P.S.: Para não dizer que tudo é bom, o disco tem músicas que PELA AMOR, né? Nem a participação de Karol Conka salva “Dá1LIKE”. O mesmo pode ser dito de Mr. Catra em “Catraca” – certamente a pior faixa do CD.