“Baboseira”, dispara Boni sobre o politicamente correto
Para o diretor, o mundo ficou meio chato, ao ponto de uma mesa redonda com pessoas ligadas ao jogo do bicho não ser mais aceita na TV
atualizado
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“Nada pior que a censura imposta pelo politicamente correto”, afirma o ex-diretor da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – mais conhecido Boni – em um dos episódios do documentário lançado pelo Globoplay sobre a vida do bicheiro Castor de Andrade (1926-1997).
A declaração de Boni aconteceu enquanto uma comparação entre o Brasil de décadas atrás com o atual era feita, relembrando um dos episódios que só a televisão dos anos 90 podia proporcionar.
No carnaval de 1990, a emissora resolveu promover uma mesa redonda com os principais presidentes das escolas de samba do Rio de Janeiro – o que seria algo normal, a menos que o programa apresentado por Fátima Bernardes não estivesse repleto de figuras que tinham seus nomes envolvidos com mundo da contravenção daquela época.
O ex-vice presidente da Globo – que afirmou saber que o jogo do bicho era uma contravenção mas não agia como juiz ou delegado – disse no documentário que a mesa redonda envolvendo dirigentes de escolas de samba, que também eram ligados à contravenção, aconteceu para ser algo proveitoso para os desfiles daquele ano.
Mas agora, ele enxerga o episódio como algo que ficou no passado: “Hoje, seria impossível fazer essa mesa redonda por causa da baboseira do politicamente correto”, disse o diretor de televisão, que já chegou a ajudar Castor de Andrade, considerado por muitos como o “chapo” dos bicheiros, em seus disfarces.