Zema fala em anistia a réus do 8 de Janeiro e união da direita em 2026
Cotado para disputar a Presidência, governador Romeu Zema (MG) traçou paralelo com passado: “Já tivemos anistia para quem deu tiro e matou”
atualizado
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Cotado para disputar a Presidência em 2026, Romeu Zema (Novo) falou em “anistia” ao se referir aos réus e condenados no âmbito do 8 de Janeiro. Em entrevista à coluna, o governador de Minas Gerais sustentou que os crimes cometidos não teriam a gravidade que tem sido imputada pelo STF, que já aplicou penas que chegam a 17 anos de prisão.
“Vamos analisar o passado. Nós tivemos no Brasil uma anistia, inclusive, para pessoas que portaram arma, deram tiros e mataram, não foi? Pelo que eu acompanho, nós não tivemos nada disso com quem, agora, estão falando que é contra a democracia”, disse, fazendo um comparativo com anistias concedidas por atos praticados durante o regime militar.
Zema continuou: “Os atos do 8 de Janeiro, para mim, foram atos de vandalismo. Não vi ninguém armado ali dando tiro, querendo se apropriar de algum poder. Inclusive eu tive de depor na Polícia Federal, no ano passado, porque eu falei que aqueles atos deveriam ser investigados em todos os ângulos. Tanto investigar quem patrocinou, quem fez atos de depredação, como também quem vacilou na vigilância.”
O governador de Minas Gerais criticou uma suposta intolerância, do governo Lula, com quem faz críticas ao Planalto. “Parece que aqui no Brasil, hoje, você não pode estar questionando alguma falha de quem está na situação. E todo mundo erra. O meu governo erra. Será que existe algum governo que não erra?”, disse.
Questionado objetivamente se seria favorável a uma anistia aos réus do 8 de Janeiro e ao ex-presidente Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal, Zema respondeu:
“Estou dizendo que houve [anistia] lá atrás. Para fatos, no meu entender, muito mais graves. Agora, eu acho que temos uma investigação em curso, que precisa ser concluída. Os fatos têm de ser esclarecidos.”
União da direita
Na entrevista, Romeu Zema também defendeu que a direita se una em torno de um único candidato na eleição presidencial de 2026. O governador ponderou, contudo, ainda ser cedo para a definição de um nome.
“Essa questão para 2026, eu acho que tem de ser vista mais adiante. Eu estarei participando da campanha. Não sei se como candidato ou apoiando um candidato que venha a ser escolhido pela direita para que nós possamos ter mudanças que o brasileiro tanto anseia”, disse.
Entre os outros candidatos cotados para disputar o Planalto pelo campo conservador estão Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Confira, abaixo, a íntegra da entrevista.