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Zambelli nomeia ex-apoiador de Dilma em seu gabinete

Dennis Heiderich, nomeado por Carla Zambelli, fez campanha pela reeleição de Dilma, mas diz que “mudou de ideia” após denúncias contra o PT

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1 de 1 imagem colorida mostra deputada carla zambelli na cpmi do 8 de janeiro - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A deputada bolsonarista Carla Zambelli contratou Dennis Henrique Possani Heiderich, ex-apoiador de Dilma, para o cargo de secretário parlamentar em seu gabinete em Brasília. Em 2014, Heiderich reuniu 68 mil seguidores em uma página no Facebook que defendia a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff e atacava o então candidato à Presidência Aécio Neves, do PSDB.

“Eu não voto Aécio Neves. #ForaAécioNeves #ForaPSDB”, dizia a página de Heiderich, então com 23 anos. Em 31 de dezembro de 2014, véspera da posse de Dilma para seu segundo mandato, o então estudante de Administração publicou uma foto em que aparecia pintando faixas de apoio à presidente reeleita.

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Em 2015, Heiderich passou a integrar movimentos de direita e conheceu Carla Zambelli
Heiderich trabalhou com Janaína Paschoal na Assembleia Legislativa de São Paulo antes de ser nomeado por Carla Zambelli
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Heiderich na época em que apoiava a então presidente Dilma Rousseff

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Em 2015, Heiderich passou a integrar movimentos de direita e conheceu Carla Zambelli

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Heiderich trabalhou com Janaína Paschoal na Assembleia Legislativa de São Paulo antes de ser nomeado por Carla Zambelli

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“Dilma Rousseff vai subir sambando na cara da oposição amanhã na rampa do Palácio do Planalto”, dizia.

Em maio de 2015, porém, em um vídeo, Heiderich anunciou sua mudança de posicionamento. “Eu era uma pessoa completamente doutrinada. Aí depois começaram a surgir as provas das pedaladas, do Petrolão. E quando surgem as provas contra algo você não pode continuar naquilo”, dizia o ex-esquerdista, no vídeo.

Segundo Heiderich, um posicionamento do PT contra a redução da maioridade penal teria sido a “gota d’água” para a mudança.

Em agosto de 2015, para surpresa de muitos seguidores da página criada por Heiderich para defender a reeleição de Dilma em 2014, a publicação foi transformada em um chamamento para uma manifestação contrária à então presidente, que na época era alvo de pedidos de impeachment da oposição.

A página passou a ser intitulada “16 de agosto eu vou pra rua. #ForaPT”. A mudança causou alvoroço entre militantes de esquerda que seguiam o evento original. Em poucos minutos, a página perdeu 18 mil seguidores e centenas de mensagens foram publicadas questionando a manifestação.

O estudante foi chamado de “malandro”, golpista” e acusado de usar o evento para “inflar” a adesão à manifestação contra Dilma.

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Participantes de evento se surpreenderam com mudança no nome da página criada por Heiderich
Seguidores do evento criado originalmente em apoio a Dilma criticavam mudança
Postagens de 2015 acusam Heiderich de tentar "inflar" manifestação contra Dilma
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Heiderich foi chamado de "malandro" por alterar evento, mas negou intenção

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Participantes de evento se surpreenderam com mudança no nome da página criada por Heiderich

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Seguidores do evento criado originalmente em apoio a Dilma criticavam mudança

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Postagens de 2015 acusam Heiderich de tentar "inflar" manifestação contra Dilma

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O caso chamou a atenção da imprensa. Em entrevistas, Heiderich admitiu ter “virado a casaca” após as denúncias contra Dilma. “O próprio Facebook te dá o direito de mudar de opinião, de se arrepender do que você colocou no evento e mudá-lo uma única vez. E eu me arrependi”, disse.

“O objetivo desse evento era formar a militância virtual para apoiar o governo petista. Quando acabou a eleição, não mexi mais no evento. Quando comecei a postar novamente, já foram coisas na linha do ‘Fora PT'”, explicou.

A página de Heiderich acabou sendo excluída do Facebook. Atualmente, seu perfil no Instagram é fechado. Nele, o militante se descreve como “pai de cachorro, escritor e advogado”.

Entre setembro de 2019 e março de 2023, Heiderich atuou na Assembleia Legislativa de São Paulo, no gabinete da ex-deputada Janaína Paschoal, do Novo. Ele exerceu as funções de auxiliar parlamentar, assistente parlamentar VII e secretário especial parlamentar.

No gabinete de Carla Zambelli na Câmara dos Deputados, Heiderich vai receber salário mensal de R$ 4,3 mil. Em comunicado enviado à coluna, a deputada disse ter conhecido Heiderich ainda em 2015, em una manifestação contra Dilma Rousseff.

De acordo com Zambelli, o assessor tornou-se mais ligado à direita ao longo do tempo. Leia abaixo a íntegra da nota da deputada:

“Conheci Dennis em 2015 durante uma manifestação anti-corrupção, onde ele revelou seu desencanto com o PT. Acredito em sua mudança que ocorreu após os escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato, os quais o levaram a perceber a manipulação ideológica dentro do partido.

Presenciei de  sua atuação contra o PT, fundando o Movimento Juntos pelo Brasil e enfrentando perseguição por suas convicções.

Sua jornada política e pessoal é destacada pela sua coragem em se posicionar contra uma ideologia na qual antes acreditava, enfrentando ameaças e perseguição por sua mudança de postura.

É importante ressaltar que ele representa uma diversidade de identidades, sendo homossexual, soropositivo e originário da periferia, contrariando estereótipos frequentemente associados à direita política.

Sua adesão ao conservadorismo e liberalismo se intensificou ao longo do tempo, chegando ao ponto de defender Jair Bolsonaro antes mesmo de sua eleição, e trabalhar com Janaina Paschoal e o partido NOVO.

Torço para que, assim como ele, outros também possam abrir os olhos e perceberem o quanto a esquerda é uma grande armadilha e entrave para o desenvolvimento do Brasil.”

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