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Vídeo: juíza afirma que “pessoas brancas devem dar exemplo”

Juíza do TJ-GO analisava caso de tráfico de drogas quando deu declarações sobre cor e condições financeiras de réus em Goiânia

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A juíza do TJ-GO Ana Claudia Magalhaes afirmou que pessoas brancas deveriam dar exemplo.
1 de 1 A juíza do TJ-GO Ana Claudia Magalhaes afirmou que pessoas brancas deveriam dar exemplo. - Foto: Reprodução

Juíza titular da Vara de Custódia do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Ana Cláudia Veloso Magalhães disse que “pessoas brancas com nível escolar elevado” devem “dar exemplo para a sociedade”. A afirmação foi feita pela magistrada ao julgar o caso de três réus acusados de tráfico de drogas em Goiânia.

Durante audiência realizada por meio de videochamada, a juíza afirmou, em sessão ocorrida no último dia 21/11: “É com o olhar de muita tristeza que temos, nesse caso, pessoas que moram nos mais caros endereços da cidade, pessoas brancas com nível escolar elevado, que deveriam dar exemplo para a sociedade, trabalhando para edificar a sociedade. E não [trabalhar] por dinheiro, traficando drogas, objetivando matar nossos jovens, nossas crianças, nossos adolescentes, querendo destruir deliberadamente, dolosamente, nossas famílias”.

 

Os acusados foram dois homens e uma mulher pegos em flagrante com porções de maconha. Eles moram no Setor Marista, Setor Oeste e Setor Crimeia Leste. Os dois primeiros são considerados bairros nobres em Goiânia.

Esta não é a primeira vez que Ana Cláudia Magalhães faz comentários sobre a cor dos réus ao proferir sentenças. No dia 8 de novembro, a juíza converteu em preventiva a prisão de um homem suspeito de estuprar e obrigar mulheres a se prostituírem.

“Um homem que tem coragem de estuprar uma mulher não é homem. Um homem de verdade não estupra, não maltrata. Esse senhor mora num dos endereços mais caros de Goiânia, é branco, não vai nem falar que é racismo estrutural. Tem cultura, dinheiro e poder. Deveria estar dando exemplo para a sociedade”, disse a magistrada na ocasião.

A coluna procurou a juíza Ana Cláudia Magalhães por meio do Tribunal de Justiça de Goiás e da Associação de Magistrados de Goiás. Não houve retorno.

A juíza

De acordo com o currículo disponível no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), no qual a magistrada também trabalha, Ana Cláudia Veloso Magalhães é natural de Carmo do Paranaíba (MG) e tem 57 anos.

Ela tem bacharelado em direito pela Universidade Católica de Goiás, desde 1988. A juíza também é mestre em Ciências Jurídico-Políticas (Direito Processual Civil, Constitucional, Administrativo, Empresarial e Comunitário Europeu) pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal.

No TRE, Ana Cláudia Magalhães trabalha como juíza efetiva do gabinete de Juiz de Direito I, além de vice-diretora da Escola Judiciária Eleitoral de Goiás. Ela atua desde 2020 na vara de custódia da comarca de Goiânia do TJ-GO.

Além disso, é integrante do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás desde 2021; coordenadora estadual da Audiência de Custódia no Estado de Goiás, desde 2021; e coordenadora do Comitê de Combate à Tortura desde 2021.

A juíza também é supervisora do Grupo de Pesquisas Judiciárias da Justiça Eleitoral de Goiás (GPJ); integrante do Grupo de Trabalho do Projeto Com Viver do TJ-GO desde 2022; professora e palestrante na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), na Escola Judicial de Goiás (EJUG) e na Escola Superior da Magistratura de Goiás (Esmeg).

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