Tarcísio tira cargo e aposentadoria de policiais associados ao PCC
Carcereiros punidos por Tarcísio exigiam propina do PCC para permitir movimentação de R$ 2 milhões por mês do tráfico em São José dos Campos
atualizado
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O governador Tarcísio de Freitas determinou a perda do cargo público de dois agentes da Polícia Civil de São Paulo, além da cassação da aposentadoria de mais um, por associação ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em São José dos Campos. Os carcereiros Wander Rodrigo Vilhena Pinto, João Henrique Pinheiro da Silva e Alberto Alves Filho foram condenados por tráfico de drogas e corrupção passiva, mas haviam recorrido da decisão.
Os três foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em 2017, como integrantes de um grupo de 30 policiais envolvidos com o PCC na região do Campo dos Alemães, zona sul de São José dos Campos. Na região, a facção movimentava cerca de R$ 2 milhões por mês com o tráfico. Em troca do pagamento de propina, os policiais envolvidos permitiam o trabalho dos traficantes.
As investigações começaram em 2016, após a apreensão de documentos do PCC que revelavam a relação com policiais do 3º e 7º Distritos Policiais, na zona sul da cidade, do Departamento de Investigações Gerais (DIG) e do Departamento de Investigações sobre Entorpecentes (Dise).
Wander Rodrigo Vilhena Pinto foi condenado em 2019 a 7 anos e 9 meses de prisão em regime semiaberto. João Henrique Pinheiro da Silva foi sentenciado a 7 anos e 4 meses, também em regime semiaberto. Alberto Alves Filho, o único dos três agentes que já estava aposentado e teve o benefício cassado por Tarcísio de Freitas, recebeu uma pena de 8 anos e 7 meses de prisão em regime fechado.
No mesmo julgamento, o carcereiro Alexandre Utida Cortez recebeu pena de 7 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. O agente, no entanto, faleceu em 2021, enquanto o recurso tramitava na 3ª Vara Criminal de São Paulo.
A perda do cargo público decretada pelo governador Tarcísio de Freitas encerra os vínculos trabalhistas entre os ex-servidores e o governo de São Paulo. A medida foi tomada a partir do trânsito em julgado da apelação criminal que pedia a revisão das sentenças, negada pela 3ª Vara Criminal em abril deste ano.