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Tarcísio tira cargos de policiais condenados por tortura e extorsão

Carcereiro e investigador punidos por Tarcísio perderam os cargos por torturar suspeitos de crimes e sequestrar familiares de detentos

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Governo de São Paulo
Tarcísio de Freitas
1 de 1 Tarcísio de Freitas - Foto: Governo de São Paulo

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas determinou a perda dos cargos públicos do carcereiro Luiz Gustavo de Oliveira Schemy e do investigador aposentado Roberto Sarmento de Figueiredo Lopes Júnior. Eles foram condenados a quase 60 anos de prisão por torturar suspeitos de tráfico de drogas e sequestrar familiares de pessoas presas no sistema carcerário paulista para cobrar resgates que chegavam a R$ 100 mil.

Schemy e Lopes Júnior foram alvos de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que, em 2005, apontou o envolvimento de investigadores, carcereiros e um delegado então lotados na Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE) de São José dos Campos em crimes de tortura qualificada, sequestro e extorsão ocorridos em 2003.

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Carcereiro punido por Tarcísio atuava no CDP de São José dos Campos
Tarcísio de Freitas puniu policiais que sequestravam e torturavam suspeitos de tráfico para cobrar propina
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Grupo de policiais que torturavam e extorquiam suspeitos de crimes trabalhava nas Dise de São José dos Campos

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Carcereiro punido por Tarcísio atuava no CDP de São José dos Campos

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Tarcísio de Freitas puniu policiais que sequestravam e torturavam suspeitos de tráfico para cobrar propina

Mariana Costa/Metrópoles

Em fevereiro de 2014, o carcereiro e o investigador foram condenados a 39 anos de prisão em regime fechado por formação de quadrilha armada, extorsão mediante sequestro e tortura. As investigações apontaram que o grupo formado dentro da DISE usava informações privilegiadas, às vezes obtidas por meio de escutas telefônicas, para efetuar prisões de traficantes.

A denúncia aponta que os policiais exigiam propina para não registrar as prisões em flagrante. Os suspeitos que pagavam eram imediatamente liberados. Aqueles que não podiam pagar ou não aceitavam a extorsão eram autuados. De acordo com o MPSP, as “negociações” muitas vezes envolviam sessões de tortura com uso de “pau de arara”, sufocamento e afogamento das vítimas.

Parentes de presos

As atividades do grupo envolviam ainda presos já condenados, que cumpriam pena no CDP de São José dos Campos, onde Schemy trabalhava. Com informações obtidas pelo carcereiro e outros colegas, os policiais sequestravam filhos, esposas, irmãos e outros parentes dos detentos para exigir dinheiro como condição de resgate. Os valores variavam entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. Quando não havia acordo com os presos, os policiais forjavam flagrantes para encobrir os sequestros.

Em outra ação penal apresentada pelo Gaeco, a dupla foi condenada em 2018 pelo sequestro de um suspeito de tráfico a partir de informações privilegiadas obtidas pelos policiais em um inquérito que tramitava na DISE. Em fevereiro de 2005, os acusados viajaram até a cidade de São Vicente para cometer o crime. Os policiais cobraram o valor de R$ 100 mil para libertar a vítima. Nesse caso, Schemy e Lopes Júnior foram condenados a 19 anos de prisão em 2018, pela 2ª Vara Criminal de São Vicente.

Os acusados recorreram das condenações e continuaram atuando até 2017, quando foram demitidos. Outros se aposentaram, como Lopes Júnior, e foram punidos com a cassação dos benefícios. Com a perda dos cargos públicos decretada por Tarcísio de Freitas, o Estado de São Paulo deixa de ter qualquer vínculo trabalhista com os ex-servidores.

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