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Tarcísio tira cargo de delegado que marcou churrasco com acusado

Delegado punido por Tarcísio de Freitas com a perda do cargo público orientou advogado para evitar prisão de suspeito

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Tarcísio de Freitas
1 de 1 Tarcísio de Freitas - Foto: Reprodução

O delegado da Polícia Civil de São Paulo Douglas Borguez foi punido com a perda do cargo público decretada pelo governador Tarcísio de Freitas nesta quinta-feira (6/6). Borguez foi denunciado pelo Ministério Público por peculato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por beneficiar conhecidos em investigações, acelerando inquéritos ou deixando de efetuar prisões em troca de favores.

Em um dos casos apurados, Borguez declarou não ter localizado um conhecido com mandado de prisão em aberto, mas mensagens de whatsapp mostraram que ele tinha avisado o amigo sobre o mandado, orientado seu advogado para evitar a prisão e marcado um churrasco com o suspeito.

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“Vimos mensagens de que ele não só não prenderia o amigo como combinou com o advogado dele o que fazer para ele não ser preso. Em conversas com uma mulher conhecida desse homem que seria preso, eles combinam a participação em um churrasco, os três juntos. Ou seja, ele sabia onde estava. Ele chegou a afirmar que a equipe o procurou em diversos endereços. Sabemos, porém, que a pessoa nunca chegou a ser procurada”, disse o promotor de Justiça Thiago Alcocer Marin, na época das denúncias.

A defesa de Borguez alegou não haver provas para o afastamento do delegado, “decidido a partir de ilações nascidas de uma indisfarçável sanha acusatória dirigida a um delegado de polícia que sempre gozou de grande apreço da comunidade de Peruíbe”. “Não existe, entre as provas, um único documento que ateste qualquer irregularidade ou ilegalidade praticada por nosso cliente no exercício de suas elevadas funções”, disseram os advogados de Borguez.

As investigações contra o delegado começaram em 2016, quando ele respondia pela Delegacia Sede de Peruíbe, no litoral paulista. A partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, o MPSP apontou pelo menos 23 situações onde o delegado teria tomado atitudes incompatíveis com a função. Em troca, ele recebia favores e pedia doações para uma campanha eleitoral organizada por seu pai.

Borguez acabou afastado do cargo em 2017 e demitido em 2021. Em novembro de 2020, foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Peruíbe a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto pelo crime de peculato. Em março de 2023, foi condenado a mais 4 anos e 1 mês de prisão em regime aberto pela 1ª Vara Criminal de Peruíbe, por lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

O delegado chegou a ser processado por falsidade ideológica, mas teve punibilidade declarada extinta em março deste ano devido à prescrição do crime. A perda do cargo encerra os vínculos jurídico-administrativos entre Borgues e o poder público estadual e foi decretada por Tarcísio de Freitas a partir do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na apelação de Borguez contra a última sentença de primeiro grau.

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