Tarcísio tira cargo de delegado preso por lavagem de dinheiro
Delegado punido por Tarcísio foi preso e condenado por receber propina de quadrilha que mantinha caça-níqueis e outros jogos de azar
atualizado
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O governador Tarcísio de Freitas decretou a perda do cargo público do delegado da Polícia Civil de São Paulo, Fernando Heitor Gião, preso e condenado em 2023 por lavagem de dinheiro. Gião foi acusado pelo Ministério Público de envolvimento com uma organização criminosa que mantinha máquinas caça-níqueis e outros jogos de azar em funcionamento na cidade de Piracicaba, onde atuava.
Nas investigações sobre as atividades do grupo criminoso, o nome do delegado foi encontrado em uma planilha de pagamentos, ao lado do valor de R$ 1,5 mil. A denúncia do MPSP citou um caso ocorrido em 2015, quando o delegado devolveu R$ 62 mil aos irmãos Carlos Alberto Toti Júnior e Marco Aurélio Toti, supostos líderes da quadrilha. O dinheiro havia sido apreendido um dia antes pela Polícia Militar.
O MPSP afirmou que Gião decidiu pela liberação da quantia “sem uma única medida de precaução, sem uma única diligência voltada à identificação da origem do dinheiro, sem a mínima demonstração de que aqueles valores tinham procedência lícita”. Para a acusação, a conduta do delegado demonstrou “a existência de relacionamento espúrio entre Fernando Gião e os irmãos Toti”.
Em 2016, a Polícia Civil de São Paulo cumpriu mandado de busca e apreensão em um imóvel de propriedade dos irmãos Toti, onde foram localizados objetos e equipamentos relacionados à exploração de jogos de azar. Entre o material apreendido estava um caderno com anotações de pagamento de propina. Nele constava o nome de Gião.
Para o MPSP, a anotação comprovou que o agente estava “recebendo valores a título de vantagens ilícitas em decorrência de sua participação na organização criminosa”. Além disso, os promotores de Justiça descobriram que Gião morou, durante anos, em um imóvel alugado pelos líderes da quadrilha.
A Corregedoria da Polícia Civil prendeu Gião em agosto de 2023, depois que o delegado, já aposentado, foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. Em maio deste ano, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, determinou a cassação da aposentadoria do delegado. A perda do cargo público encerra os vínculos trabalhistas entre o Estado de São Paulo e o ex-servidor.