Tarcísio pune policial por direcionar operações a mando de empresários
Investigador foi punido por Tarcísio após ser preso por perseguir concorrentes de empresários do ramo de jogos de azar
atualizado
Compartilhar notícia
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas decretou a perda do cargo público do policial civil Rogério Cassiano. O investigador havia sido contratado pelos irmãos Fabiano e Carlos Eduardo Victorino, que atuavam no ramo dos jogos de azar na cidade de Araras (SP), para direcionar operações da Polícia Civil.
Os trio foi preso na Operação Erede, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em 2019. A operação compriu ainda 13 mandados de busca e apreensão.
A operação apreendeu máquinas caça-níqueis, peças de manutenção dos equipamentos, placas de computador, carcaças das máquinas e duas armas de fogo.
As investigações sobre a quadrilha tiveram início a partir da análise de boletins de ocorrência e termos circunstanciados que resultaram em audiências no Juizado Especial Criminal de Araras. O MPSP observou que os mesmos nomes eram frequentemente citados, entre eles, os de advogados, empresários e de Fabiano e Carlos Eduardo Victorino.
Para entender a relação entre os empresários e os outros citados nos boletins de ocorrência, o MPSP pediu a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos. Com o monitoramento, foi possível entender o funcionamento da organização criminosa que atuava em Araras.
Contratado pelos empresários, Rogério Cassiano tinha a função de influenciar as operações policiais para perseguir os adversários dos irmãos Victorino, direcionando as apreensões em pontos de jogos de azar pertencetes aos concorrentes da dupla. O investigador também atuava passando informações sobre atividades policiais que pudessem atingir os negócios dos irmãos.
Corrupção passiva
Em julho de 2023, Cassiano foi condenado por corrupção passiva e violação de sigilo funcional às penas de 2 anos e 8 meses de reclusão, e 6 meses de detenção, em regime aberto, e ao pagamento de 13 dias-multa. As penas de prisão foram substituídas as penas privativas de liberdade por prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo em favor de entidade pública ou privada com destinação social.
A perda do cargo foi decretada pelo governador Tarcísio de Freitas após o trânsito em julgado da sentença e a rejeição de recurso por parte do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).