Tarcísio suspende processo que mira delegado acusado de corrupção
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas suspendeu processo administrativo que mira um delegado da Polícia Civil acusado de corrupção
atualizado
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Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas suspendeu o processo administrativo disciplinar contra o delegado da Polícia Civil Paulo Henrique Martins de Castro. Ele foi acusado de corrupção passiva pelo Ministério Público (MPSP) por deixar de investigar, deliberadamente, suspeitos de cometer fraude judicial que causou prejuízo de R$ 100 milhões a instituições bancárias.
Segundo a denúncia do MPSP, Castro e dois escrivães passaram informações sigilosas aos acusados de comandar o esquema de fraude judicial investigado pela Operação Têmis, deflagrada em 2018.
Tarcísio suspendeu o andamento do processo disciplinar contra o delegado até a conclusão do processo judicial, que tramita na comarca de Ribeirão Preto. O delegado está aposentado há dois anos e corre o risco de perder a aposentadoria.
Dez pessoas foram presas, incluindo quatro advogados. As fraudes aconteciam a partir de ações judiciais que usavam nomes falsos para exigir a diferença de expugos inflacionários dos planos Collor, Verão e Bresser.
No comando do inquérito, segundo o MPSP, Castro combinava o conteúdo das oitivas com os acusados, deixava de registrar depoimentos de vítimas, recebia depoimentos por escrito ou interrogava apenas os advogados dos acusados. O delegado também pedia a prorrogação de inquéritos sem justificativa e sem a realização de diligências.
As conversas entre Castro e os envolvidos foram gravadas por escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Além disso, mensagens encontradas nos celulares de advogados investigados na Operação Têmis mostravam como acontecia a troca de favores.
Caso Joaquim
Na quarta-feira (18/10), o delegado Paulo Henrique Martins de Castro prestou depoimento sobre outra investigação que esteve sob seu comando. Ele compareceu ao terceiro dia de julgamento do padrasto e da mãe acusados de matar o menino Joaquim, em 2013.
Joaquim Ponte Marques tinha 3 anos quando desapareceu de casa. Ele foi encontrado morto no Rio Pardo, em Barretos. O inquérito foi comandado por Castro, que concluiu as investigações responsabilizando o padrasto da criança, Guilherme Longo, pelo crime.
Ele isentou de culpa a mãe de Joaquim, Natália Ponte. O indiciamento por omissão foi pedido pela Justiça posteriormente.