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Uso ilegal de sistema israelense na Abin ameaçou soberania nacional

Sistema israelense de monitoramento usado pela Abin de forma ilegal pôs em risco a soberania nacional, avaliam investigadores da PF

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
foto colorida da fachada da Abin espionagem
1 de 1 foto colorida da fachada da Abin espionagem - Foto: <p>Hugo Barreto/Metrópoles<br /> @hugobarretophoto</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p>

O uso do sistema israelense First Mile pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pôs em risco a soberania nacional. A avaliação é de investigadores da Polícia Federal (PF) que se debruçaram sobre a ferramenta utilizada durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Como já noticiado, a investigação aponta que a Abin se valeu do sistema para monitorar, de forma ilegal, jornalistas e autoridades públicas, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ameaça à soberania nacional estaria configurada uma vez que as informações foram obtidas por meio de um sistema criado em outro país. É que não havia proteção, fiscalização ou regulamentação por parte da Anatel. Os dados de geolocalização iam, sem filtro, para o sistema israelense.

Ou seja: parte da Abin, que tem o dever de zelar pela soberania nacional, teria provocado vulnerabilidade na área.

Ao longo de seus quatro anos de governo, Bolsonaro manteve relação próxima com o governo de Israel, de onde a agência importou o sistema. Dias antes de deixar a Presidência, ele teve uma reunião confidencial com o embaixador israelense que atua no Brasil, Daniel Zonshine, no Planalto.

Prisão preventiva

A Polícia Federal solicitou a lista de todas as pessoas monitoradas pelo First Mile, mas recebeu apenas os números, sem os nomes correspondentes. A postura da Abin, considerada nada colaborativa, irritou os investigadores, que tiveram de se desdobrar para vincular os dígitos aos donos das respectivas linhas telefônicas.

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Apreensão de US$ 171.800,00 em espécie na residência de um dos alvos de busca e apreensão e afastamento da função pública, em Brasília/DF
Eduardo Arthur Izycki trabalhava como oficial de Inteligência da Abin
Abin foi alvo de operação da PF após vazamento
Policiais cumprem dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal
De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização usado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira
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Rodrigo Colli, profissional da área de Contrainteligência Cibernética da Abin que foi preso

Reprodução
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Apreensão de US$ 171.800,00 em espécie na residência de um dos alvos de busca e apreensão e afastamento da função pública, em Brasília/DF

PF/Divulgação
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Eduardo Arthur Izycki trabalhava como oficial de Inteligência da Abin

Reprodução/Redes sociais
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Abin foi alvo de operação da PF após vazamento

Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
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Policiais cumprem dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal

Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
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De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização usado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira

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A rede de telefonia teria sido invadida diversas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos

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Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

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Entre os alvos que teriam sido monitorados, estão jornalistas, políticos e adversários da gestão de Jair Bolsonaro (PL)

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Viatura chega à sede da Polícia Federal durante a operação Última Milha. Deflagrada na manhã desta sexta-feira, a operação investiga o monitoramento ilegal de celulares pela Agência Brasileira de Inteligência(Abin)

Breno Esaki/Metrópoles @BrenoEsakiFoto
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Helicóptero pousa na sede da PF

Breno Esaki/Metrópoles

A suposta tentativa de obstruir as investigações fez com que, na PF, fosse discutida a prisão preventiva de mais servidores da Abin, além dos dois que foram detidos. Coube ao comando da Polícia Federal jogar água na fervura e evitar que mais servidores da agência fossem alvo da operação.

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