Em reviravolta, Lula pode ter de readmitir agente demitido da Abin
Defensoria Pública da União enviou ofício ao governo após Justiça arquivar processo contra agente da Abin demitido por ministro de Lula
atualizado
Compartilhar notícia
O governo Lula poderá ter de readmitir o ex-servidor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Cristiano Ribeiro, demitido pelo ministro da Casa Civil da Presidência, Rui Costa, em fevereiro deste ano.
Isso porque, após a demissão, o agente de inteligência foi inocentado em um processo judicial sobre o suposto vazamento de dados da Abin. Em ofício enviado à Casa Civil no último dia 15/4, a Defensoria Pública da União (DPU) atualizou o governo Lula sobre o arquivamento promovido pela Justiça Federal. Esse desdobramento, ressaltou a DPU, pode gerar “repercussão nas esferas cíveis e administrativas”.
Cristiano Ribeiro foi demitido por Rui Costa após a corregedoria da Abin apontá-lo como o autor do vazamento de informações publicadas em reportagem, de 2020, sobre o suposto uso da agência para blindar o senador Flávio Bolsonaro. À época, o chefe da Abin era Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.
Ocorre que a principal prova usada para demitir Cristiano Ribeiro, a foto da tela de um monitor, foi considerada inconclusiva pela perícia da Polícia Federal (PF).
Os peritos indicaram que, apenas com base na imagem, não era possível garantir que o computador usado para o vazamento era o mesmo usado por Ribeiro. Na ocasião, a PF chegou a fazer operações de busca e apreensão na sede da Abin.
Espiã atrapalhada
A investigação começou quando uma servidora da Agência Brasileira de Inteligência disparou, por engano, um e-mail para outros 18 profissionais da agência. O referido e-mail continha o PDF vazado para pessoas de fora da Abin.
A corregedoria do órgão, então, investigou todos os servidores que abriram o arquivo enviado pela espiã atrapalhada. E, por exclusão, apontou Ribeiro como o responsável pelo vazamento. Em ofício enviado à Casa Civil, o ex-servidor da Abin negou ter cometido qualquer irregularidade.