“Repulsa”: líder de Lula dá bronca em petistas por voto contra governo
Em entrevista à coluna, o líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães, afirmou que colegas petistas erraram ao votar contra propostas
atualizado
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Líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT) reclamou dos colegas de partido que votaram contra os projetos que compõem o pacote de corte de gastos proposto pelo Planalto em conjunto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à coluna, o parlamentou afirmou sentir “repulsa” pelos correligionários que não colaboraram com a votação dos textos, aprovados por uma pequena margem na Casa.
“Acho errado. Quem é governo tem ônus e bônus. Negociamos tanto esse projeto. Têm a minha repulsa os que votaram contra as medidas do governo Lula. Não é projeto de deputado A ao deputado B. Os três projetos o Lula mandou para cá. Melhoramos, fizemos concertações e correções, recuamos, mas tudo no limite da responsabilidade que o presidente e o Haddad têm com o país”, disse.
Ao todo, seis parlamentares do PT votaram contra projetos do pacote: Rui Falcão (SP); Natália Bonavides (RN), Dionilso Marcon (RS), Luizianne Lins (CE), Erika Kokay (DF) e Tadeu Veneri (PR). O caso do deputado paulista foi mais chamativo porque ele presidiu o partido de 2011 a 2017, quando a deputada Gleisi Hoffmann assumiu o comando da sigla.
A principal resistência foi ao projeto de lei que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) limita o aumento do salário mínimo acima da inflação às regras do arcabouço fiscal (com crescimento máximo de 2,5% ao crescimento da despesa primária), entre outras medidas. O texto foi aprovado por 264 a 209 votos.
“Foram duas semanas decisivas que valem para um ano. Votamos três eixos de matérias fundamentais para o país: a reforma tributária, que falta só a publicação da PEC; os projetos da área chamada microeconomia, que o Haddad sempre levantou aqui, sobre seguros, bancos e atividades financeiras; e o pacote de corte de gastos”, disse Guimarães.
Ele afirma que esses projetos aprovados “praticamente garantem o colchão necessário para o país crescer em 2025” e aponta que, mesmo após as alterações do Congresso, deputados e senadores “não desconstituíram a espinha dorsal daquilo que o Governo encaminhou”.