Quem é o médico morto citado por Marçal para associar Boulos à cocaína
Médico cuja assinatura aparece em receituário usado por Pablo Marçal para incriminar Boulos, José Roberto de Souza ingressou no CRM em 1972
atualizado
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Médico cuja assinatura aparece em receituário usado por Pablo Marçal para associar Guilherme Boulos ao uso de cocaína, José Roberto de Souza ingressou no Conselho Regional de Medicina em São Paulo em 1972 e já faleceu. Nos registros do Conselho Federal de Medicina, ele aparece como “sem especialidade registrada”.
O médico chegou a atuar, também, no Espírito Santo, sob a inscrição 13972. O fato de Souza não ter especialidade em psiquiatria chamou a atenção de integrantes da área da saúde que analisaram o laudo que leva o carimbo da clínica Mais Consulta, sediada na cidade de Jabaquara, em São Paulo.
O documento que foi divulgado por Marçal, usado para tentar associar Boulos ao consumo de cocaína, é datado de 19 de janeiro de 2021. Ao divulgar o print do suposto exame de Boulos, Marçal escreveu em seu perfil no Instagram: “Tá aqui a prova sobre o Boules”.
O suposto receituário indica que Guilherme Boulos, com “surto psicótico grave”, teria sido submetido a um exame toxicológico que constatou a presença de 2,825 ng/mg de cocaína no sangue. O candidato do PSol alega que o documento é falso. O Instagram derrubou a publicação de Pablo Marçal, que reclamou: “O Instagram removeu a minha publicação. Parabéns pela democracia de esquerda. Acha isso justo?”
Desde o debate da TV Bandeirantes, em 4 de agosto, Marçal tem chamado o adversário de “cheirador” e “aspirador de pó”, prometendo apresentar provas de que o adversário seria usuário de cocaína.
Boulos se manifesta sobre laudo médico divulgado por Marçal
Guilherme Boulos se manifestou sobre o suposto laudo médico divulgado por Pablo Marçal:
“O documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir.
Marçal mostra mais uma vez ser um criminoso recorrente, que usa de mentiras absurdas para atacar a honra e a reputação e tentar promover uma manipulação sem precedentes no processo eleitoral. Não podemos normalizar esse tipo de método que já colocou em xeque a nossa democracia no passado recente e que, agora, ameaça a normalidade destas eleições. Marçal pagará pelos seus crimes”.