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Quem é o integrante da PGR chamado de “FDP” pelo delator Mauro Cid

Xingamento a subprocurador da PGR consta no material apreendido na sede PL, no qual Mauro Cid supostamente descreve sua delação premiada

atualizado

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Delação PF Tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro
1 de 1 Delação PF Tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Ao relatar o conteúdo da sua delação premiada a aliados, o tenente-coronel Mauro Cid chamou o subprocurador-geral da República Carlos Frederico de “FDP” [filho da puta]. A fala consta no material apreendido pela Polícia Federal na mesa de um assessor do secretário nacional de Relações Institucionais do PL, o general Braga Netto. A suspeita da PF é que o ex-ajudante de ordens da presidência no governo Bolsonaro tenha avisado aos colegas sobre as perguntas feitas pela autoridades, dando pistas sobre possíveis alvos da investigação acerca da suposta tentativa de golpe.

O documento apresenta perguntas e respostas feitas a Mauro Cid sobre o conteúdo da sua delação. O interlocutor do militar aparenta preocupação sobre a suposta participação das Forças Especiais do Exército em manifestações. Ele cita os dias 12/12 de 2022, quando radicais vandalizaram Brasília contra a diplomação de Lula, e 8/1 de 2023, quando manifestantes atacaram as sedes dos Três Poderes. Cid afirma que a atuação dos chamados “kids pretos” está em outra investigação, comandada justamente por Carlos Frederico.

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Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid deixou a prisão após acordo de colaboração premiada com o STF
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Questionado pelo interlocutor desconhecido sobre a “narrativa” de que as Forças Especiais teriam liderado os movimentos de 12 de dezembro e 8 de janeiro, Mauro Cid explicou: “Está em outra investigação com o subprocurador do MPF (Dr. Carlos Frederico – um FDP).”

O autor do documento também perguntou a Cid sobre o teor das reuniões e o que havia sido delatado. Ele respondeu: “Nada… Eu não entrava nas reuniões. Só colocava o pessoal para dentro.” Quando questionado sobre a chamada “minuta do 142” e se existia um documento físico, ele afirmou: “Eles sabem de coisas que não estavam em lugar nenhum (e-mail, celular, etc).”

Carlos Frederico foi coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República. Por isso, se tornou alvo dos bolsonaristas. Ele deixou o posto em dezembro do ano passado, após apresentar diversas denúncias contra pessoas supostamente envolvidas nos atos de 8 de Janeiro. Agora, é cotado para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ele é formado em direito pela Universidade Federal do Amazonas (1986) e fez aperfeiçoamento na Escola Superior da Magistratura do Amazonas (1987). O subprocurador também tem especialização em Direito Público pelo Centro Universitário de Brasília (2013), instituição pela qual se tornou mestre em 2016.

Além da atuação dos “kids pretos”, o interlocutor de Mauro Cid questionou sobre o que os investigadores sabem sobre a minuta do golpe e sobre o ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, Filipe Martins. A “minuta do 142” faz referência ao decreto que seria utilizado parta dar sustentação jurídica ao suposto golpe de estado.

Filipe Martins está entre os 37 indiciados pela Polícia Federal na última quinta-feira (21/11). Ele ficou seis meses preso preventivamente, entre 8/2 e 9/8 deste ano. Sua prisão ocorreu no âmbito da operação Tempus Veritatis, uma das primeiras deflagradas pela PF contra o alto escalão do governo Bolsonaro sobre a suposta tentativa de golpe. Ele é apontado como autor intelectual da minuta.

Cid fala em ressentimento com senador

Ao fazer considerações finais sobre a sua delação premiada, Mauro Cid descreveu: “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho”. De acordo com interlocutores, a ala militar radical do bolsonarismo se decepcionou com o ex-ministro do Desenvolvimento Regional, porque o parlamentar foi contra iniciativas que levassem a uma ruptura democrática.

O parlamentar, segundo fontes do PL, tentou convencer o entorno do então presidente a “virar a página e ter paciência” para que Bolsonaro voltasse ao poder em 2026 pela via eleitoral. Na ocasião, Marinho argumentou que o ex-presidente tinha o “apoio de 50% da população” e que o PT “não saberia governar”, abrindo amplo espaço para o retorno da direita ao Planalto.

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