PRF tem déficit de viaturas e policiais em Santa Catarina
Levantamento aponta problemas na gestão de recursos materiais e carência de efetivo, que podem comprometer ações da PRF de combate ao crime
atualizado
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem déficit de viaturas e policiais em Santa Catarina. O número reduzido de agentes, veículos e equipamentos prejudicou as operações de combate ao crime em rodovias federais e áreas de interesse da União, que tiveram o apoio do órgão central da PRF em Brasília.
De acordo com auditoria realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) na Superintendência da PRF em Santa Catarina, a carência de pessoal acontece principalmente devido às falhas nos critérios adotados para lotação dos agentes.
Na auditoria, a CGU aponta uma “ausência de parâmetros objetivos para identificar lotação mínima e ideal das unidades, considerando ações desempenhadas pela SPRF/SC, em especial, as operações de combate ao crime realizadas na jurisdição de cada uma das sete delegacias pertencentes à Superintendência”.
“Nesse sentido, a inadequação da força de trabalho informada pelos gestores da SPRF/SC está fundamentada na percepção subjetiva da unidade quanto à carência de efetivo, sem, entretanto, quantificá-la, por unidade/delegacia segundo critérios técnicos”, observa a CGU.
Outro motivo para a falta de efetivo verificada pela CGU é a redução do número de agentes pelo avanço da idade, sem que a situação seja informada ao órgão central da PRF.
Segundo a CGU, o número de viaturas adequadas para as operações em Santa Catarina também sofreu redução, chegando a uma queda de 21% entre 2018 e 2021. O problema foi causado pela ausência de um calendário e de prazos para envio de dados sobre as condições da frota e pela aquisição de um número insuficiente de viaturas.
“Como consequências constatam-se a inexistência de informações gerenciais atualizadas e confiáveis para o processo de tomada de decisão envolvendo a frota de veículos; não realização de desfazimento de veículos inservíveis ou de justificativa de permanência de uso; utilização de veículos em estado de conservação não ideal; aumento dos custos relacionados à guarda de viaturas inservíveis e à manutenção da frota; manutenção de viaturas antigas para suprir demandas por veículos nas operações, necessários ao alcance de metas; e possibilidade de prejuízo ao alcance dos resultados nas operações”, diz a CGU.
O relatório alerta ainda para o risco da indisponibilidade de equipamentos devido a problemas na gestão de recursos materiais. O levantamento apontou para o número insuficiente de itens necessários para as sete delegacias vinculadas à Superintendência da PRF em Santa Catarina.
“Há o risco de realização de operações de combate ao crime sem a utilização de equipamentos necessários, repercutindo no alcance de melhores resultados financeiros e materiais (quantidades e valores aprendidos, por exemplo) e o risco de inviabilização na realização de operações, repercutindo nas metas estabelecidas”, argumenta a fiscalização.
O relatório recomendou a adoção de critérios para identificar a real carência de pessoal a partir das atribuições de cada unidade da PRF em Santa Catarina. Também foi solicitada a definição de prazos para que as informações sobre os veículos sejam disponibilizadas ao órgão central da PRF.