metropoles.com

PRF que cobrou R$ 30 de propina tem perda de cargo decretada pelo MJ

Agente da PRF punido por Lewandowski cobrou R$ 30 de propina para liberar caminhoneiros e chegou a criticar o ministro por atuação no STF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
PRF Ricardo Lewandowski e o presidente Lula durante sessão no TSE - Metrópoles
1 de 1 PRF Ricardo Lewandowski e o presidente Lula durante sessão no TSE - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski determinou a perda do cargo público do agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Francisco Edilson Forte. A coluna apurou que o motivo foi a cobrança de R$ 30 de propina para não aplicar autos de infração em caminhoneiros, em um posto da corporação na Paraíba.

A perda do cargo na PRF foi oficializada após um processo interno aberto pelo Ministério da Justiça no ano passado. Nele, a Consultoria Jurídica da pasta recomendou a punição a Francisco Forte, seguindo uma determinação judicial de 2016.

4 imagens
Postagem de ex-agente da PRF criticava Lewandowski quando o ministro ainda integrava o STF
Ex-agente da PRF questiona o STF em postagens nas redes sociais
Postagens de Francisco Forte foram retiradas do ar por apresentar conteúdo falso
1 de 4

Francisco Forte foi demitido da PRF e condenado por improbidade

Reprodução
2 de 4

Postagem de ex-agente da PRF criticava Lewandowski quando o ministro ainda integrava o STF

Reprodução
3 de 4

Ex-agente da PRF questiona o STF em postagens nas redes sociais

Reprodução
4 de 4

Postagens de Francisco Forte foram retiradas do ar por apresentar conteúdo falso

Reprodução

Na decisão, a Justiça Federal determinou a devolução do dinheiro obtido ilicitamente e o pagamento de multa de R$ 90, correspondente ao triplo do valor da propina. A 3ª Vara também suspendeu os direitos políticos de Forte por um prazo de cinco anos.

Ironia do destino, Lewandowski chegou a ser alvo de postagens de Francisco Forte nas redes sociais quando ainda atuava no Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma dessas publicações, o ex-policial criticou a detenção de um advogado que teve de depor à Polícia Federal depois de dizer ao ministro, durante um voo comercial, que o Supremo era “uma vergonha”.

Outra postagem de Francisco Forte se refere a Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro em 2018. “Adélio Bispo é o único homicida brasileiro cujo sigilo telefônico é bancário é protegido pelo STF e OAB”, diz a publicação. Algumas postagens do ex-agente da PRF chegaram a ser removidas pelo Facebook e receberam o selo de “conteúdo falso”.

A demissão de Francisco Forte e a consequente perda do cargo público, contudo, não têm ligação com as críticas a Lewandowski. O agente foi preso em flagrante em 2009, na operação Estrada, da PF e PRF, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), quando atuava no posto policial de Café do Vento, em Sobrado (PB).

O policial foi filmado tentando extorquir três caminhoneiros abordados em sequência, cobrando a quantia de R$ 30 de cada um deles. Ele foi demitido da PRF e denunciado pelo crime de concussão, quando um servidor público se utiliza do cargo que ocupa para conseguir vantagem indevida.

“Os baixos valores recebidos a título de vantagem indevida não impedem a configuração da improbidade administrativa. Inaplicabilidade do Princípio da Insignificância porque o bem jurídico violado (o patrimônio público e a moralidade administrativa) repercute em desfavor da sociedade globalmente considerada, posto que é ela quem irá suportar todos os efeitos deletérios da conduta ímproba dos seus agentes públicos”, diz trecho da decisão judicial.

Recurso

O ex-agente chegou a recorrer da sentença ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife (PE), mas a apelação foi negada. As irregularidades reconhecidas na sentença foram: recebimento de propina para não lavrar auto de infração, liberação irregular de veículo e abordagens de motoristas em desconformidade com os normativos estabelecidos pela Superintendência da Polícia Rodoviária Federal.

A decisão do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em determinar o registro da perda do cargo, encerrando o vínculo jurídico-administrativo entre o ex-servidor e a União, considerou o processo administrativo disciplinar de 2009 que resultou na demissão do ex-agente, a decisão da 3ª Vara Federal da Paraíba em 2016 e um parecer de 2023 da Consultoria Jurídica (ConJur) do Ministério da Justiça, da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o caso.

A coluna tentou contato com Francisco Forte, mas o ex-agente da PRF não retornou. O espaço segue aberto à manifestação.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPaulo Cappelli

Você quer ficar por dentro da coluna Paulo Cappelli e receber notificações em tempo real?