Por que seguranças de Lula foram exonerados após Pix para Bolsonaro
Saiba por que militares que atuavam com Lula no GSI da Presidência da República foram exonerados após fazerem doações via Pix para Bolsonaro
atualizado
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O governo Lula adotou discrição ao exonerar, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, militares que fizeram doações via Pix para Bolsonaro. Não há, afinal, nenhuma irregularidade jurídica ou administrativa nas transferências bancárias.
A cúpula do GSI, contudo, ficou surpresa ao saber que oficiais das Forças Armadas doaram para Bolsonaro mesmo quando já ocupavam cargos estratégicos na segurança de Lula. A avaliação é que, dada a rivalidade entre os dois políticos mais populares do Brasil, a iniciativa seria “incompatível” com a função de zelar pela segurança do atual presidente da República.
E, aí, pesou o critério da discricionariedade. O GSI de Lula decidiu que, se o cargo é de livre nomeação, que esses militares fossem devolvidos aos quartéis de origem e substituídos por outros nomes.
Ou seja: as doações a Bolsonaro estão dentro da legalidade, assim como as exonerações promovidas pelo governo. A dispensas, contudo, reforçam o sentimento de polarização que se mantém desde a última eleição presidencial.
A função do GSI
O Gabinete de Segurança Institucional é um órgão da Presidência da República. Ele é responsável pela assistência direta ao presidente no desempenho de suas atribuições, especialmente quanto a assuntos militares e de segurança.
A estrutura é composta majoritariamente por militares, mas também conta com civis.
O GSI zela pela segurança pessoal do presidente e do vice-presidente, dos seus familiares, quando solicitado pela respectiva autoridade, e pela segurança dos palácios presidenciais e das residências oficiais.
Além disso, quando determinado pelo presidente, zela pela segurança de outras autoridades federais.
O órgão planeja e coordena eventos em que haja a presença do presidente da república no Brasil, em articulação com o gabinete pessoal do presidente, e no exterior, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores. E também cuida dos deslocamentos presidenciais no país e no exterior.
O GSI acompanha questões com potencial de risco, prevenindo crises e articulando seu gerenciamento, em caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional. O órgão planeja, coordena e supervisiona a atividade de segurança da informação na administração pública federal, incluindo segurança cibernética.
E atua, ainda, na gestão de incidentes computacionais, proteção de dados, credenciamento de segurança e tratamento de informações sigilosas.
Além disso, coordena as atividades do Programa Nuclear Brasileiro e do Programa Espacial Brasileiro, acompanha assuntos relacionados ao terrorismo e às ações destinadas à sua prevenção e neutralização, além de temas pertinentes às infraestruturas críticas, com prioridade às avaliações de riscos.