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Policial autista relata ameaça de morte do PCC: “Temo pela minha vida”

Policial penal de São Paulo diagnosticado com autismo relatou sofrer ameaça de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC)

atualizado

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Homem segura papel com a sigla PCC
1 de 1 Homem segura papel com a sigla PCC - Foto: Reprodução

Reportagem atualizada em 27 de junho de 2024 para a retirada do nome e da foto do policial penal, a pedido do próprio servidor

Um policial penal de 29 anos relata ser alvo de perseguição de traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele registrou ocorrência no dia 20 de outubro alegando ter sido ameaçado por quatro integrantes da facção.

Diagnosticado com autismo, ele diz ter se mudado de São Paulo para o Rio de Janeiro na tentativa de escapar da organização criminosa, uma vez que teria sofrido ameaça de morte do PCC quando atuava na penitenciária paulista de Franco da Rocha.

Em maio, um policial penal que trabalhava nesse mesmo presídio foi morto a tiros no interior de São Paulo. “Estou desesperado. Temo pela minha vida”, disse o policial em conversa com a coluna.

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Carta diz que PCC quer a morte de diretor de cadeia em Roraima

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Munições e arma de fogo também foram encontradas durante busca e apreensão

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Gilcimar da Silva, 43 anos

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Traficante Marcelo Zóio Verde foi citado em relatório da Abin sobre CV e PCC

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O Governo de São Paulo confirmou que o policial é servidor concursado [agente de segurança penitenciária] e informou que, atualmente, o policial se encontra de licença para tratamento de saúde.

Em relato à Polícia Civil do Rio, o agente penitenciário disse ter sido seguido por quatro homens dentro de um carro sem placas. Um dos homens descritos pelo policial penal tinha uma tatuagem no rosto.

“Esses elementos tinham fisionomia semelhante a elementos da facção PCC que já me ameaçaram no serviço [em São Paulo], pois sou agente penitenciário e hoje não tenho mais contato porque fui transferido de unidade”, disse o policial no depoimento.

“Por estar desarmado e aguardando liberação das minhas armas pelo delegado titular da 77ª Delegacia de Polícia, solicitei viatura da Polícia Militar, quando os elementos se evadiram”, continuou o policial penal.

O homem cobra a devolução de suas armas pela 77ª Delegacia de Polícia, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, desde setembro. O armamento foi apreendido após representação da Defensoria Pública da União.

Armas apreendidas

A defensora Reuza Carla Duarte Campos Souza informou ter recebido, no dia 6 de setembro, um vídeo em que o policial, insatisfeito com o atendimento da Defensoria, ameaçava cometer suicídio no local.

No vídeo, o policial penal aparecia com uma pistola Glock calibre 9mm e uma carabina FAM calibre 9mm. No dia 13 de setembro, as armas, as munições e os carregadores foram apreendidos na residência em que o servidor está morando, no Rio.

Na ocasião, o agente, que possui diagnóstico de autismo, afirmou à Polícia Civil que estava em surto no momento em que o vídeo foi registrado.

Após a apreensão das armas, o policial penal apresentou, por meio de seu advogado, laudo psicológico alegando estar apto ao porte e manuseio de armas de fogo.

Ele também destaca as supostas ameaças do PCC para configurar caráter de urgência para a devolução das armas. A pistola e a carabina, no entanto, continuam sob a guarda da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

De acordo com o registro funcional do homem, ele ocupa o cargo de agente penitenciário de segunda classe na Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP). Atualmente, está lotado na Penitenciária Franco da Rocha.

A preocupação do servidor ocorre em meio à ofensiva do PCC contra policiais em diferentes estados pelo Brasil. A facção paulista é a que se faz presente em mais unidades da Federação, à frente da organização criminosa Comando Vermelho (CV).

O homem pede a transferência de SP para o RJ, onde a presença do PCC seria menor.

Acompanhamento psicológico

Em contato com a coluna, a SAP/SP confirmou o vínculo do policial penal com o órgão. Ele estaria, no entanto, em licença para tratamento psicológico. Em nota, a secretaria alegou que o servidor negou o acompanhamento psicológico.

Leia abaixo a íntegra da nota da SAP/SP: 

“A Secretaria da Administração Penitenciária informa que (XXXXX) é Agente de Segurança Penitenciária de Classe I e encontra-se em licença para tratamento à saúde no período de 03/10 a 31/12/2023.

O servidor estava realizando acompanhamento psicológico, na modalidade on-line, pelo Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor da SAP, no período de outubro de 2022 a outubro de 2023.

Durante o tempo do acompanhamento, foram registradas diversas ausências, e o setor de saúde fez várias tratativas com a família do servidor para que ele tivesse adesão ao tratamento, porém sem êxito”.

Em 2/10/2023, o homem informou que estava desistindo do acompanhamento pela SAP e daria continuidade ao tratamento no seu estado de origem, onde residia no momento.

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