Polícia prende suspeitos de desviarem leite de programa social em SP
Jeremias foi preso pela polícia levando 100 litros de leite de programa social para lar de idosos privado; dirigente é acusada de desvio
atualizado
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Quatro pessoas foram presas pela polícia por suspeita de desviarem leite do programa Vivaleite, do governo de São Paulo, entre elas, o dono de um asilo de idosos. Jeremias Alberto Laranjeira, proprietário do Lar dos Velhinhos Fanfarrões. Ele levava 100 litros de leite em uma caminhonete, retirados do ponto de distribuição do Vivaleite no municipio de Mairiporã (SP).
As prisões aconteceram após denúncia de irregularidades na entrega do leite no município. No local, um policial civil à paisana observou quando Jeremias chegou em uma Saveiro e retirou grande quantidade de leite do ponto de entrega. O policial decidiu seguir o veículo e abordou o condutor quando ele chegou ao asilo. A ação ocorreu no último dia 17/4.
Jeremias disse ser proprietário do local e contou que o leite teria sido doado por uma pessoa chamada Milza, mais tarde identificada como Maria Milza dos Santos, representante da Associação Obras Sociais de São José. Jeremias foi detido após confirmar que não tinha cadastro no programa assistencial e que o asilo era uma organização privada sem vínculo com poder público. Segundo a polícia, ele retirava o leite do programa há seis meses.
De volta ao ponto de distribuição, a Polícia Civil localizou a mulher apontada como responsável pelos desvios e deteve mais dois suspeitos. Alex Almeida Marques levava 38 litros de leite no porta-malas de um Corsa e Régis Rodrigues dos Santos, outros 10 litros em um Fiat Palio.
Alex disse ser taxista e afirmou que recolhia o leite para pessoas cadastradas no programa, mas que não tinham como se deslocar ao local de distribuição. No entanto, o suspeito não apresentou autorização ou documentos de cadastro dos beneficiários.
Régis Rodrigues contou que retirava o leite no local há três meses e que seu destino era uma casa de recuperação de dependentes químicos. Ele era informado por telefone, pela Associação Obras Sociais de São José, de que deveria comparecer ao local de entrega do leite.
À Polícia Civil, Maria Milza dos Santos alegou que distribuía as “sobras” do programa Vivaleite “por orientação de funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo”. A suspeita, porém, não apontou os nomes dos servidores que passaram a orientação.
Os quatro foram indiciados com base no artigo 312 do Código Penal, que estabelece como crime “apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”.
Pelo artigo 30 do Código Penal, todos deverão responder como funcionários públicos devido ao papel institucional de Maria Milza dos Santos como representante da Associação Obras Sociais de São José junto ao programa.