Polícia Civil abre inquérito contra Pablo Marçal após nova denúncia
Polícia investiga se Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, pôs em risco “a vida ou saúde de outras pessoas”
atualizado
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A Polícia Civil abriu inquérito contra o empresário e candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal após denúncia apresentada por um ex-participante do reality show “La Casa Digital 3”. Marçal é investigado por supostamente causar “perigo para a vida ou saúde de outrem” durante as provas do programa. O caso tramita na 2ª Vara Criminal e do Júri de Itu (SP).
A expectativa é que o inquérito seja anexado à decisão judicial de 2022 que proíbe Marçal de promover atividades em picos, montanhas e outros espaços de natureza sem autorização da polícia, dos órgãos municipais e da Defesa Civil. A decisão foi proferida depois que o empresário se perdeu com um grupo de 32 pessoas durante uma expedição ao Pico dos Marins.
O boletim de ocorrência contra Marçal, ao qual a coluna teve acesso, foi aberto em maio na Delegacia de Serra Negra por Luiz Godoy. O ex-participante do programa criado e apresentado pelo influenciador relatou ter sido vítima de agressões, xingamentos e de ter sua vida colocada em risco durante provas de resistência física e psicológica. O inquérito foi instaurado pela Polícia Civil na última quinta-feira (8/8).
Em depoimento de duas horas à polícia, Godoy disse que levou socos na barriga e foi chamado de “trouxa” e “bosta” com o objetivo de, segundo os mentores do programa, “desbloquear a mente”.
“[Os participantes] Tiveram que fazer uma prova em lago que media aproximadamente 50 metros e, em dupla, teriam de montar uma jangada com cano de PVC; após a montagem dos canos tinham que atravessar o lago sem uso de coletes salva-vidas e não havia bombeiros e médicos salva-vidas no local. O lago que tiveram que atravessar possuía cercas de arame farpado e a água era muito suja”, diz o boletim de ocorrência.
“Em determinando momento, o mentor chamado Marcos Antônio Fergutis começou a ofendê-lo verbalmente, dizia que ele não tinha futuro, que era um trouxa orgulhoso, um bosta, que entendeu que Antônio estava tentando despertar sua ira para ativar o que eles chamam de desbloqueio mental, mas se manteve calmo. Neste momento, o outro mentor chamado Rafael Francele atravessou a sala diante de todos os participantes que estavam sentados no local, desferiu um tapa em seu peito, puxando-o para cima, rasgando a camiseta que estava usando, olhou para o câmera e disse para desligar, dizendo que iria mostrar como funcionava, puxando-o para fora e o ofendendo, empurrou-o na parede lhe desferindo dois socos na barriga, segurando seu braço e apertando”, diz a denúncia protocolada por Godoy.