PMs são afastados após desvio de verba para consertar viaturas
Sargento e cabo afastados pela PM foram presos acusados de falsificar serviços de manutenção e superfaturar preços de peças
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) afastou das funções um cabo e um sargento presos por desviar dinheiro destinado à manutenção de viaturas da corporação na Baixada Santista, no Litoral Paulista. O sargento Evandro Lopes dos Santos e o cabo Vitor Ribeiro são acusados de falsificar documentos, fraudar serviços de manutenção e superfaturar preços de peças para embolsar o dinheiro.
As investigações da Corregedoria da PMSP apontaram que a dupla chegou a solicitar 200 alinhamentos, 400 balanceamentos e 80 montagens de pneus em apenas dois dias.
Os militares envolveram no esquema empresas ganhadoras de licitações, responsáveis pelos serviços de manutenção. A partir da fraude nos serviços de mantenção previstos, que sequer era realizados, os militares ficavam com parte do dinheiro pago às empresas.
O desvio foi revelado por um empresário, dono de uma das companhias envolvidas. O cabo Vitor Ribeiro era o responsável por cooptar as empresas, enquanto o sargento Evandro falsificava a documentação e recebia o dinheiro. Ambos eram lotados na Seção de Motomecanização do Comando de Policiamento do Interior Seis (CPI-6), em Santos.
Os militares foram presos no dia 26 de agosto, por determinação dao Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP), a pedido do Ministério Público. O decreto do juiz Luiz Alberto Moro Cavalcante considerou o argumento do MP alertado que Evandor e Vitor Ribeiro poderiam destruir provas se continuassem em liberdade.
O magistrado observou a existência de “indícios da prática dos crimes de peculato e falsificação e crimes previstos na Lei de Licitações, com suspeita de organização criminosa”.
Evandro foi preso em Praia Grande (SP). Ribeiro foi detido na cidade vizinha de São Vicente. Eles toveram documentos, aparelhos eletrônicos e dinheiro apreendidos. A Justiça Militar também determinou a quebra dos sigilos de computadores e telefones da dupla. A ação contra os militares tramita no TJMSP.
A coluna não conseguiu contato com a defesa dos militares. O espaço segue aberto.