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PM é expulso ao cobrar propina do PCC para liberar tráfico

Soldado integrava equipe que pedia dinheiro para não prender traficantes do PCC; caso levou 53 militares ao banco dos réus

atualizado

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PCC Policia Militar de São Paulo PMSP PM SP durante policimento na capital paulista - Metrópoles
1 de 1 PCC Policia Militar de São Paulo PMSP PM SP durante policimento na capital paulista - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O soldado Michel Barbosa Coelho, do 48º BPM, foi expulso da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) por se aliar ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em troca de propina. O militar está entre os 53 PMs presos pela Operação Ubirajara, denunciados por cobrar dinheiro e outras vantagens para deixar de prender traficantes ligados ao PCC que atuavam no Jardim Marajoara, em São Paulo.

Coelho atuava no 22º BPM/M quando foi preso. A denúncia do Ministério Público aponta que o soldado integrava uma equipe que negociava valores com o traficante identificado como “Revolta”, para facilitar o funcionamento de um “comércio” de drogas.

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PMs foram gravados negociando com integrantes do PCC
PMs foram gravados negociando com integrantes do PCC
Mensagem: PM reclama do valor da propina paga pelo PCC
Militar combina periodicidade do pagamento das propinas para a guarnição
Militares recebiam as propinas durante o serviço
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Traficantes do PCC pagavam para manter militares longe dos pontos de venda de drogas

Agência Brasil
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PMs foram gravados negociando com integrantes do PCC

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PMs foram gravados negociando com integrantes do PCC

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Mensagem: PM reclama do valor da propina paga pelo PCC

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Militar combina periodicidade do pagamento das propinas para a guarnição

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Militares recebiam as propinas durante o serviço

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Militares denunciados atuavam no 22º BPM-M

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Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) denunciou 53 militares por envolvimento com o PCC

MPSP/Divulgação
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Maioria dos PMs denunciados integrava a Força Tática do 22º BPM-M

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PM perdeu a patente por intermediar pagamento de propinas

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As gravações mostraram que o cabo Dário Satilite, conhecido como “Habbib’s”, era quem intermediava o contato da equipe com o PCC, combinando locais e horários para o pagamento de propina.

REVOLTA: E aí, Habbib’s!

CB PM SATILITE: E ai moleque, suave?

REVOLTA: (…) farol de baixo.

CB PM SATILITE: Não entendi.

REVOLTA: Suave!

CB PM SATILITE: E aí? O menino falou pra eu encostar lá no coisa lá, e aí?

REVOLTA: Então, a caminhada é o seguinte, vou ligar nele aqui que já estava na mão com ele lá, entendeu? vou ligar nele aqui e falar pra você ir lá na rua lá, na, sem embicar lá o comércio, uma rua do lado lá entendeu?

CB PM SATILITE: Sei, ele falou pra eu ir lá em baixo lá, atrás do escadão lá.

REVOLTA: É. Então, vou ligar nele aqui agora.

CB PM SATILITE: (…) fala pra ele ir lá que eu já estou lá já.

REVOLTA: Tá bom, suave!

CB PM SATILITE: O, o, deixa eu falar pra você…

REVOLTA: Ãn?

CB PM SATILITE: O Indiana Jones conseguiu desenrolar o mês passado aí meu?

REVOLTA: Conseguiu!

CB PM SATILITE: Não, beleza! Suave!

REVOLTA: Falou!

CB PM SATILITE: Falou!

A presença de Coelho na viatura nos dias em que o dinheiro era entregue foi confirmada pela análise do boletim de serviço do 22º BPM/M. As equipes investigadas pelo MPSP recebiam entre R$ 500 e R$ 1,5 mil mensais para permitir a venda de drogas.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o papel dos policiais era “não reprimir a prática do delito de tráfico, bem como facilitá-lo, não passando de viatura policial próximo aos pontos de venda, informando acerca de alguma operação policial pelo local e até mesmo alterando a verdade em documentos públicos para que não ocorresse apreensão de droga ou a prisão dos traficantes”.

Dos 53 PMs presos pela operação Ubirajara, 42 foram condenados a penas que variaram de 5 a 83 anos de prisão, no que ficou conhecido como o maior julgamento militar do Brasil.

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